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Alto nível de atenção: OMS declara a mpox emergência de saúde mundial

Comitê da Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, nesta quarta-feira, o retorno da mpox como emergência de saúde mundial

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1 de 1 banco de imagem seringa variola macaco monkeypox saude doença - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a mpox como emergência de saúde mundial em reunião extraordinária realizada nesta quarta-feira (14/8). A alta de casos global, em especial na África Oriental e Central, e as evidências de maior letalidade da doença foram consideradas determinantes para a decisão de reclassificar a doença.

Anteriormente chamada de varíola dos macacos, a mpox foi declarada como emergência global em 2022, mas foi controlada rapidamente e saiu da lista no ano seguinte. A nova cepa em circulação, a variante Clade 1b, é considerada mais contagiosa e até 10 vezes mais letal do que a que predominava há dois anos  (Clade 2).

O Comitê de Emergência da OMS emitiu o alerta para evitar a escalada de casos no continente africano e as chances de espalhamento da doença por outros continentes.

“A mpox é conhecida no Congo há mais de 10 anos. Nos últimos dois anos, os casos explodiram e extrapolaram todos os recordes. Isso é algo que deve preocupar a todos, e, por isso, declaramos a doença como emergência internacional, perigo global. Este é o nosso mais alto nível de atenção”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Com a decisão dos especialistas, a OMS passa a trabalhar em medidas sanitárias internacionais para controlar a transmissão da doença. O organismo internacional também convocou as farmacêuticas tanto a desenvolverem novas vacinas como a intensificar as atuais.

Os imunizantes usados em 2022 foram feitos rapidamente a partir de versões modificadas da vacina usada contra a transmissão da varíola comum.

A OMS acredita que cerca de um milhão de doses de vacina possam ser produzidas ainda este ano, e outras 10 milhões, no ano que vem. A agência internacional pediu aos países que ainda tenham doses guardadas de 2022 façam doações às nações que estão vivendo o surto.

“Estamos em contato com farmacêuticas e laboratórios e acreditamos que, até o fim desta semana, teremos uma nova vacina em proposta de regulamentação e, na semana que vem, mais uma. Estamos tentando aumentar as ofertas de vacina globalmente, mas este ainda é um grande desafio”, completou Rogério Pinto de Sá Gaspar, diretor para os assuntos de regulação e pré-qualificação da OMS.

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Concebida para agir contra a varíola humana, erradicada na década de 1980, a vacina contra a condição também serve para evitar a contaminação pela varíola dos macacos, por serem doenças muito parecidas
Tanto o vírus causador da varíola humana quanto o causador da varíola dos macacos fazem parte da família "ortopoxvírus". A vacina, portanto, utiliza um terceiro vírus desta família, que, além de ser geneticamente próximo aos supracitados, é inofensivo aos humanos e ajuda a combater as doenças, o vírus vaccinia
Homens que fazem sexo com outros homens e as pessoas que tiveram contato próximo com um paciente infectado foram consideradas prioritárias para o recebimento das doses
Atualmente, existem duas vacinas em uso contra a varíola dos macacos no mundo: a Jynneos, fabricada pela farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic, e a ACAM2000, fabricada pela francesa Sanofi
A Jynneos é administrado como duas injeções subcutâneas (0,5 mL) com 28 dias de intervalo. A resposta imune leva 14 dias após a segunda dose
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A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), agência internacional dedicada a melhorar as condições de saúde dos países das Américas, destinou lotes de doses da vacina contra a varíola dos macacos a diversas nações, incluindo o Brasil. Segundo especialistas, o esquema vacinal dos imunizantes é de duas doses com intervalo de cerca de 30 dias entre elas

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Concebida para agir contra a varíola humana, erradicada na década de 1980, a vacina contra a condição também serve para evitar a contaminação pela varíola dos macacos, por serem doenças muito parecidas

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Tanto o vírus causador da varíola humana quanto o causador da varíola dos macacos fazem parte da família "ortopoxvírus". A vacina, portanto, utiliza um terceiro vírus desta família, que, além de ser geneticamente próximo aos supracitados, é inofensivo aos humanos e ajuda a combater as doenças, o vírus vaccinia

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Homens que fazem sexo com outros homens e as pessoas que tiveram contato próximo com um paciente infectado foram consideradas prioritárias para o recebimento das doses

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Atualmente, existem duas vacinas em uso contra a varíola dos macacos no mundo: a Jynneos, fabricada pela farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic, e a ACAM2000, fabricada pela francesa Sanofi

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A Jynneos é administrado como duas injeções subcutâneas (0,5 mL) com 28 dias de intervalo. A resposta imune leva 14 dias após a segunda dose

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A ACAM2000 é administrado como uma dose percutânea por meio de técnica de punção múltipla com agulha bifurcada. A resposta imune leva 4 semanas

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A vacinação contra a mpox é uma estratégia indicada tanto para a prevenção e defesa quanto para ensinar o corpo a combater o vírus antes de uma infecção

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Entre os sintomas da condição estão: febre, dor de cabeça, dor no corpo e nas costas, inchaço nos linfonodos, exaustão e calafrios. Também há bolinhas que aparecem no corpo inteiro (principalmente rosto, mãos e pés) e evoluem, formando crostas, que mais tarde caem

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A transmissão do vírus ocorre, principalmente, por meio do contato com secreções respiratórias, lesões de pele das pessoas infectadas ou objetos que tenham sido usados pelos pacientes. Até aqui, não há confirmação de que ocorra transmissão via sexual, mas a hipótese está sendo levantada pelos cientistas

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O período de incubação do vírus varia de sete a 21 dias, mas os sintomas, que podem ser muito pruriginosos ou dolorosos, geralmente aparecem após 10 dias

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Nova variante da mpox pode ter transmissão sexual

A comunidade científica vinha alertando desde abril sobre os riscos da doença. Um trabalho publicado na ocasião relatou que 29% dos casos da doença foram registrados entre pessoas que trabalhavam com sexo, o que pode explicar a disseminação rapidamente na região de minas de extração de ouro, onde prostitutas são frequentes.

Entretanto, ainda não se sabe exatamente em que circunstâncias a transmissão ocorre: se seria nos fluidos corporais ou apenas no contato com a pele. Por isso, a responsável pela resposta da OMS a emergências sanitárias, a epidemiologista Maria Van Kerkhove, cobrou mais pesquisas sobre a doença.

“Precisamos entender melhor a mpox, como ela se transmite e como afeta o corpo. Temos que entender como o contato pode se dar, de que forma a relação sexual pode levar à contaminação — tudo isso segue sendo um mistério. A gente pode controlar a transmissão da mpox globalmente, já o fizemos, mas é preciso atuar de forma integrada e planejada para usar as poucas vacinas que temos de forma inteligente”, explicou a epidemiologista.

Outro desafio é aumentar a quantidade de exames e diagnósticos, já que há uma grande diferença entre casos suspeitos e diagnosticados. Também é baixa a oferta de exames que possam identificar a variante mais recente, o que ajudaria a entender melhor a nova versão do vírus.

“Não temos ferramentas o bastante para testar todos os casos suspeitos. Muitas pessoas infectadas estão no interior do país, longe dos centros de testes, e isso dificulta uma resposta mais rápida”, afirma o cientista Dimie Ogoina, nigeriano que diagnosticou o primeiro caso de mpox no surto de 2022.

Na terça-feira (13/8), o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC África) declarou o cenário de mpox na região como emergência em saúde e de segurança continental. O anúncio foi feito pelo diretor-geral da entidade, Jean Kaseya, ao citar a rápida transmissão da doença na África.

O que é a mpox?

A mpox é uma doença causada pelo vírus monkeypox, que pertence ao mesmo grupo de vírus da varíola. Os primeiros sintomas da doença são febre, dor de cabeça, dor no corpo e nas costas. Em seguida, aparecem inchaço nos linfonodos e bolinhas pelo corpo, principalmente no rosto, nas mãos e nos pés. A doença evolui para a formação de crostas na pele.

Ao observar casos da República Democrática do Congo (RDC), onde começou o novo surto, os pesquisadores da OMS elaboraram uma lista das pessoas sob maior risco de ter casos severos de mpox. Pessoas com HIV são a população que mais frequentemente morreu por conta da doença. Além disso, crianças parecem ter uma tendência maior às formas mais graves da condição, especialmente aquelas com menos de cinco anos de vida.

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