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Novo estudo diz que Mounjaro pode reduzir gordura no fígado

Pesquisa mostrou que os efeitos do Mounjaro vão além do emagrecimento e podem até diminuir risco de agravamento de doenças no fígado

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Sebastian Kaulitzki/Science Photo Library/Getty Images
ilustração colorida mostra orgãos do corpo humano, com fígado em destaque na cor amarela
1 de 1 ilustração colorida mostra orgãos do corpo humano, com fígado em destaque na cor amarela - Foto: Sebastian Kaulitzki/Science Photo Library/Getty Images

O Mounjaro é um remédio que leva a um emagrecimento tão intenso que foi apelidado de “King Kong” pela mídia americana. A perda de peso promovida pelo medicamento tem um efeito amplo no organismo que pode melhorar até doenças no fígado, segundo estudos recentes.

O remédio funciona de forma semelhante ao Ozempic mas com um princípio ativo diferente, a tirzepatida. Indicado para o tratamento de diabetes tipo 2 e também da obesidade, ele leva o corpo a queimar suas reservas de gordura e isso tem impacto na saúde do fígado.

De acordo com estudo publicado no dia 8 de junho no The New England Journal of Medicine, o remédio pode reduzir o acúmulo de gordura no órgão, melhorando sintomas de uma condição grave, a esteatohepatite metabólica, que pode ter consequências semelhantes à cirrose no organismo.

O que é a esteatohepatite?

Segundo o cirurgião de fígado e pâncreas Eduardo Ramos, do Instituto de Cirurgia Robótica do Paraná, a condição ocorre quando o acúmulo de gordura no fígado se torna tão intenso que o órgão inflama.

“A formação de depósitos de gordura no fígado pode ter diferentes causas, mas as principais são as doenças metabólicas e a obesidade. Sem tratamento, ela pode desencadear uma inflamação chamada esteatohepatite que, com o tempo, pode se tornar cirrose, levar ao câncer ou gerar a necessidade de um transplante”, explica ele.

O acúmulo de gordura no fígado pode ser justificado por fatores genéticos, mas em geral está associado ao consumo de álcool, dietas desbalanceadas, sobrepeso, diabetes, uso de medicamentos hormonais por longos prazos e sedentarismo.

Estima-se que 20% da população mundial pode ter o problema de saúde sem saber, já que a condição evolui silenciosamente até que os primeiros sintomas sejam manifestados. Os sinais, porém, podem aparecer quando há pouca opção de tratamento — por isso, a esteatohepatite é uma das principais causas de transplante de fígado no mundo.

Foto mostra injeções de Mounjaro
O Mounjaro foi apelidado pelo Wall Street Journal de “King Kong” dos remédios para emagrecimento.

Como o Mounjaro melhorou a saúde do fígado?

O estudo com o Mounjaro testou o remédio em 190 pacientes que tinham esteatohepatite metabólica, também chamada de MASH ou NASH. Eles estavam no estágio 2 ou 3 da doença (a partir do grau 4, a condição já é considerada cirrose).

Os voluntários foram divididos em quatro grupos: um tomou placebo e os outros receberam doses diferentes do remédio: 5, 10 e 15 mg. Todos foram orientados a ter uma alimentação saudável e a fazer exercícios regulares.

A pesquisa apontou que quanto maior a dose, melhor a resposta dos voluntários ao tratamento. Nos grupos que tomaram o remédio, 51,8%, 62,8% e 73,3% dos participantes alcançaram estabilidade do quadro ou uma redução do estágio, respectivamente. Entre aqueles que receberam o placebo ao longo das 52 semanas da pesquisa, só 13,2% tiveram melhora.

No panorama geral, 55% dos participantes do estudo tiveram redução de ao menos um grau na esteatohepatite. O uso da tirzepatida foi associado a melhorias no peso corporal e nos marcadores de exames sanguíneos que indicavam lesão ou gordura no fígado, além de queda na inflamação e fibrose no órgão.

Os pesquisadores acreditam que a melhora no quadro esteja associada à indução da queima das reservas de gordura do organismo, motivada pelo emagrecimento desencadeado pelo medicamento. Quanto maior a queda de peso do participante, maiores os impactos na esteatohepatite.

Para o diretor médico da Eli Lilly (fabricante do remédio), Luiz André Magno, o Mounjaro pode se tornar uma alternativa de tratamento para pessoas que não estão conseguindo tratar a esteatohepatite apenas com mudanças de hábitos.

“Hoje, temos poucas opções terapêuticas para esses pacientes. Por isso, os resultados são tão animadores: queremos ter uma alternativa para tratar a condição”, afirma.

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Entre os fatores que podem aumentar o risco do câncer de fígado estão: cirrose hepática, gordura no fígado ou uso de anabolizantes
Os sintomas costumam surgir nos estágios mais avançados da doença, e incluem dor no abdômen, inchaço da barriga, enjoo, perda do apetite e de peso, sem causa aparente, cansaço excessivo e olhos amarelados
Segundo levantamento realizado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de fígado foi o sexto tipo da doença que mais matou homens no Brasil, em 2020. Entre as mulheres, foi o sétimo
O câncer de fígado costuma ser identificado através de exames como o ultrassom ou tomografia, capazes de detectar um ou mais nódulos na região
O tratamento é feito com cirurgia, radioterapia ou quimioterapia, a depender do tamanho e da gravidade de cada caso, e as chances de cura são maiores quando o tumor é identificado precocemente, assim como em qualquer outro tipo de câncer
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Câncer no fígado é uma espécie de tumor maligno e, muitas vezes, bastante agressivo, que se origina nas células que formam o fígado, como hepatócitos, canais biliares ou vasos sanguíneos

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Entre os fatores que podem aumentar o risco do câncer de fígado estão: cirrose hepática, gordura no fígado ou uso de anabolizantes

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Os sintomas costumam surgir nos estágios mais avançados da doença, e incluem dor no abdômen, inchaço da barriga, enjoo, perda do apetite e de peso, sem causa aparente, cansaço excessivo e olhos amarelados

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Segundo levantamento realizado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de fígado foi o sexto tipo da doença que mais matou homens no Brasil, em 2020. Entre as mulheres, foi o sétimo

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O câncer de fígado costuma ser identificado através de exames como o ultrassom ou tomografia, capazes de detectar um ou mais nódulos na região

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O tratamento é feito com cirurgia, radioterapia ou quimioterapia, a depender do tamanho e da gravidade de cada caso, e as chances de cura são maiores quando o tumor é identificado precocemente, assim como em qualquer outro tipo de câncer

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Segundo o Inca, “quando o tumor está restrito a uma parte do fígado (tumor primário), a remoção cirúrgica é o tratamento mais indicado. Assim como no caso dos tumores hepáticos metastáticos, em que a lesão primária foi ressecada ou é passível de ser ressecada de maneira curativa”

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Quando já não é possível alcançar a cura do câncer no fígado, no entanto, o tempo de sobrevida é de aproximadamente 5 anos, mas esse valor pode variar de acordo com o grau de desenvolvimento da doença e outras doenças do paciente

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