Mounjaro (tirzepatida): o que é, quem pode tomar e efeitos colaterais
Criado pela farmacêutica Eli Lily, o medicamento foi apelidado pelo Wall Street Journal de “king kong” dos remédios para emagrecimento
atualizado
Compartilhar notícia
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta segunda-feira (25/9), a comercialização do Mounjaro no Brasil. Criado pela farmacêutica Eli Lily, a medicação foi apelidada pelo Wall Street Journal de “king kong” dos remédios para emagrecimento.
O Mounjaro é um medicamento injetável que deve ser aplicado semanalmente. Ele tem como princípio ativo a tirzepatida e é indicado para o tratamento da diabetes tipo 2. O uso do remédio para a perda de peso, portanto, é “off label”, ou seja, não é uma indicação escrita na bula.
O Mounjaro melhora os níveis de açúcar no sangue e reduz o apetite. Durante os ensaios clínicos, o remédio levou voluntários ao emagrecimento de até 20% do peso corporal.
A endocrinologista Elaine Dias, de São Paulo, aponta, porém, que “a caneta não é milagrosa”. O uso da medicação deve estar acompanhado de adequações na dieta e de uma rotina de exercícios físicos. Ela também alerta para a importância de um profissional de saúde orientar o tratamento do paciente.
Como o Mounjaro funciona?
O Mounjaro (tirzepatida) imita dois hormônios do corpo humano relacionados à fome e ao metabolismo. O Ozempic (semaglutida) atua copiando as funções do GLP1, já o novo medicamento mimetiza o GLP1 e o GIP.
Os dois hormônios têm funções parecidas e complementares, esclarece o endocrinologista André Camara de Oliveira, diretor da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM). “O GLP1 diminui o apetite, leva a um esvaziamento gástrico mais lento, ou seja, coloca o corpo para atuar em outro ritmo. Já o GIP leva à secreção de insulina e de glucagon, também diminuindo o apetite e acelerando o equilíbrio dos níveis de açúcar no sangue”, detalha.
Segundo o médico, a outra vantagem da nova medicação seria a ação sobre o tecido adiposo, facilitando a quebra de moléculas de gordura acumulada.
Quem pode tomar?
A indicação aprovada pela Anvisa é para pessoas com diabetes tipo 2, que tenham entre 20 e 79 anos. “O foco principal será nas pessoas que possuem diabetes conjugada com problemas de sobrepeso”, aponta André Camara.
Para os endocrinologistas, não há problema que pessoas com obesidade usem a medicação. Isso porque houve bons resultados em estudos com esse público.
Elaine aponta que todas as canetas emagrecedoras são aliadas no tratamento do sobrepeso, mas elas não devem ser usadas sem a orientação médica.
“Só a avaliação médica pode pensar o tratamento mais adequado a alguém, identificar riscos à saúde e permitir que se pense um tratamento eficaz a longo prazo”, afirma a médica.
Quais são os efeitos colaterais?
O Mounjaro tem efeitos colaterais semelhantes ao Ozempic, especialmente náuseas, vômitos e alterações intestinais, como constipação e diarreia.
“Há casos raros de hipoglicemia e algumas investigações que buscam entender se há o risco aumentado de pancreatite e de câncer de tireoide no uso do remédio, mas eles não foram conclusivos”, finaliza Camara.
Siga a editoria de Saúde do Metrópoles no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!