Mosquito esperto: eles podem identificar inseticidas
Cientistas descobriram que o vetor transmissor da Malária consegue perceber as toxinas do veneno através das suas pernas e criam resistência
atualizado
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Um grupo de cientistas descobriu que os mosquitos transmissores da malária criaram resistência à um tipo de inseticida. Eles conseguem sentir o veneno através de uma proteína que eles têm em suas pernas. A descoberta pode ajudar as autoridades a desenvolverem outras formas de prevenção da proliferação da doença, que já tinha sido controlada em alguns países africanos, mas que agora apresentava sinais de aumento de casos.
A malária é transmitida pela fêmea do Anopheles (mosquito prego) que tem um tipo de protozoário chamado Plasmodium, que atinge o fígado de quem é picado. Os cientistas conseguiram descobrir uma proteína na perna das fêmeas que serve de alerta quando elas entram em contato com o veneno e isso fez com que os mosquistos criassem resistência ao inseticida mais usado na África.
O estudo foi realizado pelo Liverpool School of Tropical Medicine em três países africanos, Camarões, Guinea e Burkina Faso, depois que as autoridades começaram a ver um aumento no número de mosquitos e casos da doença. A malária é comum em países tropicais. No Brasil, 99% dos casos registrados ocorrem na região amazônica.
As picadas dos mosquitos acontecem mais no fim da tarde e início da noite, por isso, na África, são usadas redes nas camas com o inseticida. “Esse tipo de rede e veneno é uma das principais ferramentas para o controle da malária. Então, é vital que a gente possa entender e atenuar essa resistência que foi criada na população dos mosquitos para garantir que as reduções no número da doença nas últimas décadas não mudem”, apontou Hilary Ranson, uma das pesquisadoras em entrevista à revista Nature.