Mortes provocadas pela Aids caíram 17,1% no Brasil em cinco anos, diz Saúde
Ministério da Saúde apresentou novos dados sobre a doença e destacou ações para ampliar diagnósticos e acesso a tratamentos
atualizado
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O Ministério da Saúde divulgou, na manhã desta terça-feira (01/12), o boletim epidemiológico de HIV/Aids 2020. De 2012 a 2019, a pasta detectou uma diminuição de 18,7% na taxa de detecção de Aids no país. Os números englobam dados colhidos de 2009 a 2019. Na ocasião, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, lançou a Campanha de Prevenção ao HIV/Aids, em celebração ao Dia Mundial de Luta Contra a Aids. O evento foi realizado para alertar sobre a importância do diagnóstico precoce, prevenção e tratamento de pacientes.
No Brasil, em 2019, foram diagnosticados 41.909 novos casos de HIV e 37.308 casos de Aids, com uma taxa de detecção de 17,8/100 mil habitantes. De 1980 a junho de 2020, o total de diagnósticos foi de 1.011.617. Nos últimos cinco anos, a taxa de mortalidade da doença apresentou queda de 17,1%: em 2015, foram registrados 12.667 óbitos contra 10.565 em 2019.
O coeficiente de mortalidade de Aids (por 100 mil habitantes) tem diminuído desde os anos 1990. De 1996 a 2003, a redução foi de 36%. De 2004 a 2013, a queda foi de 1,7% e, de 2014 a 2017, de 28%. “Esta redução se deu pela testagem precoce e pela contínua oferta de tratamento para todos os pacientes diagnosticados”, explicou Arnaldo Medeiros.
O Ministério da Saúde estima que, atualmente, cerca de 920 mil pessoas vivam com HIV no Brasil. Dessas, 89% foram diagnosticadas, 77% fazem tratamento com antirretroviral e 94% das que estão em tratamento não transmitem o HIV por via sexual por terem atingido carga viral indetectável. “Isso é um grande avanço do SUS. Reflete a força do nosso tratamento, de quando se faz o diagnóstico precoce e recebe o tratamento adequado, você consegue controlar a doença”, avaliou Arnaldo Medeiros, Secretário de Vigilância em Saúde.
Os casos de pacientes em tratamento antirretroviral aumentaram consideravelmente, segundo o documento. Em 2020, até outubro, cerca de 642 mil pessoas estavam em tratamento. Em 2018, eram 593.594 pessoas. A maior concentração de casos de Aids está entre os jovens, de 25 a 39 anos, de ambos os sexos, com 492,8 mil registros. Os casos nessa faixa etária correspondem a 52,4% dos casos do sexo masculino e, entre as mulheres, a 48,4% do total de casos registrados.
Houve, ainda, queda de 22% na taxa de detecção de Aids em crianças menores de cinco anos. O dado tem sido utilizado como métrica para o monitoramento da transmissão vertical do HIV. De 2000 até junho de 2020 foram notificadas 134.328 gestantes infectadas com HIV, 8.312 no ano de 2019, com uma taxa de detecção de 2,8/mil nascidos vivos.
Prevenção durante a pandemia
Uma das medidas tomadas pelo Ministério da Saúde durante a pandemia de Covid-19 para que os tratamentos não fossem descontinuados foi ampliar a disponibilização dos antirretrovirais (ARV) de 30 para 60 ou até 90 dias. “Isso é importante porque nós garantimos que, mesmo em uma situação de pandemia, em que o paciente ficou em casa, ele teve acesso à medicação”, pontuou.
Outra ação foi a ampliação de auto-testes para diagnóstico, exames que as podem fazer em casa. Em 2018, foram disponibilizados 17.365 testes, contra 203.526 testes em 2019. Somente em outubro de 2020 já haviam sido distribuídos 173.837 testes.
Telemedicina, controle logístico para garantir o estoque de medicamentos antirretrovirais, teste anti-HIV para pacientes internados com síndrome respiratória e lançamento de um edital para vigilância, prevenção e controle de doenças de condições crônicas e infecções sexualmente transmissíveis foram outras medidas destacadas por Arnaldo Medeiros.
Aids é a sigla em inglês para síndrome da imunodeficiência adquirida, doença causada pela infecção do vírus da imunodeficiência humana, o HIV, na sigla em inglês. Ter HIV não significa ter Aids. Uma pessoa contagiada pelo vírus (soropositiva) pode viver anos sem desenvolver a doença. No entanto, ela pode transmiti-lo para outras pessoas por meio de relações sexuais desprotegidas.
O HIV ataca as células de defesa do organismo, mas, mesmo diante das rápidas mutações, os vírus amadurecem e morrem de forma equilibrada. Isso não deixa o corpo mais vulnerável a outras doenças e esse período sem sintomas pode durar muitos anos.
HIV no Brasil em números
920 mil pessoas com HIV positivo
821 mil (89%) foram diagnosticadas
634 mil (77%) fazem tratamento com antirretroviral
597 mil (94%) dos que fazem tratamento não transmitem HIV por via sexual por terem atingido carga viral indetectável
Fonte: Ministério da Saúde