Morcego com raiva é identificado em SP: veja os riscos para a saúde
A raiva é uma doença infecciosa viral aguda grave que atinge o sistema nervoso central. Infectologista explica como prevenir novos casos
atualizado
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A Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo identificou na última semana um morcego com o vírus da raiva, acendendo um alerta entre as autoridades de saúde. Até o momento, a pasta não identificou casos secundários de contaminação em animais domésticos e humanos – o que pode ser altamente perigoso.
De acordo com o médico infectologista Ivan França, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, o vírus da raiva afeta o sistema nervoso central tanto de animais quanto de seres humanos. No último caso, os quadros são raros, diz o especialista.
Transmissão da raiva
A transmissão da raiva acontece geralmente por meio de mordidas, arranhões ou até lambidas em feridas abertas ou mucosas.
“É uma doença infecciosa viral aguda grave, que acomete mamíferos, inclusive o homem, e caracteriza-se como uma encefalite progressiva e aguda com letalidade de aproximadamente 100%”, alerta o infectologista.
Os morcegos, no entanto, podem carregar o vírus por um longo período sem apresentar sintomas aparentes. Segundo o médico, esses animais vivem em grandes grupos e a transmissão entre eles é muito comum. Por isso, são os principais transmissores da doença.
Riscos da contaminação em humanos
Após o período inicial de incubação, os sintomas iniciais da infecção por raiva passam a se manifestar, e geralmente persistem de dois a dez dias. “Durante esta fase, o indivíduo pode experienciar sensação de mal-estar, febre ligeira, diminuição do apetite, dores de cabeça, náuseas, dor na garganta e sonolência, além de irritabilidade ou excitação”, diz o médico.
À medida que a doença avança, o paciente pode sofrer de contrações musculares involuntárias e generalizadas e/ou convulsões. Além disso, é possível também que ocorram contrações espasmódicas dos músculos da laringe e faringe, provocando intensa produção de saliva, particularmente notável ao paciente ser exposto à visão de água, fenômeno conhecido como “hidrofobia”.
Nos cães e gatos, a eliminação de vírus pela saliva ocorre de dois a cinco dias antes do aparecimento dos sinais clínicos e persiste durante toda a evolução da doença. A morte do animal acontece, em média, entre quinto e sétimo dias após início dos sintomas.
“Por isso a importância de se observar os animais por 10 dias após mordidas ou arranhões causados por cães e gatos, sejam estes da sua casa ou vizinhança”, alerta França.
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