Moderna: supervariante pode surgir com combinação de Ômicron e Delta
Em casos raros, pessoas podem ser infectadas ao mesmo tempo pelas duas variantes, produzindo uma nova versão do vírus
atualizado
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A alta circulação das variantes Ômicron e Delta do novo coronavírus, em alguns países, pode resultar no surgimento de uma nova supervariante nas próximas semanas, segundo alertou o diretor médico da Moderna, Paul Burton.
O fenômeno pode ocorrer se uma pessoa for infectada ao mesmo tempo pelas duas variantes e elas conseguirem atacar a mesma célula. Neste caso, pode ocorrer um evento de recombinação, quando os dois vírus trocam seus DNAs, gerando uma nova versão do vírus. Esta pode ser mais ou menos perigosa.
Saiba mais sobre a variante Ômicron do coronavírus:
Casos como este são raros, especialmente em locais onde uma variante se torna dominante, impedindo que outra se propague. Há apenas três registros de cepas da Covid-19 criadas a partir da troca de genes.
No entanto, o cientista chama atenção ao fato de o Reino Unido enfrentar ao mesmo tempo a quarta onda da pandemia provocada pela variante Delta e o aumento rápido de casos relacionados à Ômicron, o que aumenta as chances da recombinação.
Segundo Burton, este cenário “certamente poderia” levar ao surgimento de uma variante mais perigosa.
“Certamente há dados (que indicam a possibilidade). Houve alguns artigos publicados na África do Sul antes da pandemia, quando as pessoas – e certamente as pessoas imunocomprometidas – podem abrigar os dois vírus”, disse Burton a parlamentares do Comitê de Ciência e Tecnologia do Reino Unido.
“Isso seria possível aqui, principalmente devido ao número de infecções que estávamos observando”, continuou.