Modelo prevê sistema de saúde entrando em colapso dia 21 de abril
Grupo de pesquisadores projeta 393 mil mortes e 3 milhões de casos nos próximos meses, caso medidas de isolamento não sejam endurecidas
atualizado
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Segundo um modelo matemático criado por um grupo de pesquisadores de Física e Matemática de várias universidades brasileiras, se as medidas de isolamento não forem endurecidas, o Brasil deve passar de 3 milhões de casos confirmados e 393 mil mortes por coronavírus nos próximos meses.
A projeção afirma ainda que o sistema de saúde entrará em colapso a partir do dia 21 de abril — os estados do Ceará e Amazonas já anunciaram que estão perto do limite de capacidade de atendimento.
O estudo foi publicado no dia 03/04 e, por enquanto, já acertou a curva de crescimento até o dia 15/04. Foram consideradas as medidas de distanciamento social vigentes, o impacto na transmissão da doença e o percentual de infectados que precisam ser internados em UTI, além de uma taxa de isolamento média de 50%.
Como os dados sobre a ocupação de leitos ainda não é disponibilizada de forma consolidada pelo Ministério da Saúde (a notificação passou a ser compulsória nesta semana e a pasta deve divulgar as informações a partir da próxima semana), os pesquisadores usaram um estudo da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) de 2013 e dados disponíveis no Datasus para criar o modelo.
Caso nenhuma medida de isolamento tivesse sido tomada, os pesquisadores das universidades federais de Alagoas e do Rio Grande do Norte, da Santa Casa de Maceió, do Centro de Testagem e Acolhimento de HIV/AIDS de Itaberaba (BA) e da Escola Superior de Ciências da Saúde, em Brasília, afirmam que o número total de infectados passaria dos 30 milhões e o país registraria 1,45 milhão de mortos.
No cenário de “isolamento vertical”, como defendido pelo presidente Jair Bolsonaro, o número de casos confirmados seria de cerca de 26 milhões, com 723 mil mortos.