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Mito ou verdade: o chulé fica pior na adolescência?

Questões hormonais e mais alguns descuidos de higiene fazem com que o mau cheiro nos pés seja um quadro comum nessa fase da vida

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Elva Etienne/Getty Images
Laughing girl (4-5) with sibling’s foot pushed towards her
1 de 1 Laughing girl (4-5) with sibling’s foot pushed towards her - Foto: Elva Etienne/Getty Images

Pais e mães de adolescentes costumam repetir um “sermão” incessante para os filhos a respeito da necessidade de manterem os hábitos de higiene. Além de tomar banho, escovar os dentes, pentear o cabelo e usar desodorante, combater o chulé vira uma das questões do dia a dia nessa fase da vida.

A dermatologista Natália Souza Medeiros, da Rede Santa Lúcia, explica que o mau cheiro nos pés – cientificamente conhecido como bromidrose plantar – não é exclusivo dos adolescentes, mas é na adolescência que ele começa a aparecer. “O chulé é causado pela ação de bactérias sobre o suor. Nos nossos pés, o suor é oriundo das glândulas sudoríparas plantares. Na adolescência, devido a questões hormonais, a produção de suor se torna mais intensa e o chulé se manifesta”, explica.

O problema, entretanto, não está no suor em si, que é um líquido sem odor e composto basicamente por água e sais minerais, mas nas condições a que submetemos os nossos pés.

No dia a dia, ao usarmos sapatos e meias por grande parte do tempo, mesmo em dias quentes, a transpiração fica mais intensa e não há evaporação do suor. “A umidade presente nos calçados favorece a proliferação de bactérias, e são elas que causam o mau cheiro”, afirma Natália.

A dermatologista Bárbara Uzel, da Clínica Inderma, explica que, para diminuir o cheiro, é preciso moderar o uso de sapatos fechados. Ela sugere que haja uma espécie de revezamento entre os calçados e que, quando um deles estiver descansando, que seja colocado em um local arejado para que a umidade possa se dissipar. “Adolescentes costumam usar apenas tênis, e as meninas gostam daquelas sapatilhas sintéticas. O ideal é não repetir calçados, para permitir que a umidade desapareça”, afirma.

“Também é importante não colocar meias usadas no dia anterior e secar bem os pés após o banho”, afirma Bárbara. Ela sugere, inclusive, que se use um secador de cabelos para evitar umidade entre os dedos dos pés.

E o que fazer com calçados que parecem já estar “contaminados” pelo mau cheiro? Antes de tudo, é preciso lavá-los bem e não calçá-los enquanto não estiverem completamente secos. “Se isso não for feito, o quadro de bromidrose volta mesmo”, relata Natália.

A indicação seguinte é aplicar aqueles talcos antitranspirantes específicos para os pés nos sapatos e, caso nem isso seja suficiente, borrifar aqueles sprays antifúngicos e antibacterianos, à venda em farmácias. “Com cuidados locais, é possível minimizar o problema”, afirma Bárbara.

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