Mito ou verdade: desejos na gravidez surgem de carências nutricionais?
Em algumas situações, eles correspondem à satisfação de necessidades do corpo; mas, em outras, são a manifestação de uma falta emocional
atualizado
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Trata-se de uma meia verdade. O primeiro trimestre da gestação é caracterizado por mudanças hormonais que afetam o olfato e o paladar das mulheres. Nesse período, é comum aparecerem alguns desejos por certos tipos de alimentos que, na verdade, apresentam sabores que combatem as sensações de enjoo e embrulho no estômago.
“Sentir vontade de comer frutas cítricas no período é bastante comum, pois elas neutralizam os enjoos”, explica a ginecologista Natália Paes Barbosa Valadares. Também é recorrente que elas sintam mais vontade de comer doce do que o habitual, e algumas pesquisas científicas relacionam isso à deficiência de magnésio, mas não há conclusões definitivas.
Em um terceiro tipo de situação, as gestantes podem sentir “vontades estranhas” de ingerir coisas que não são alimentos, por exemplo, terra, gelo, giz e tijolo. A ginecologista Natália Paes Barbosa Valadares explica que se trata de uma síndrome chamada de “picamalácia”, que acomete algumas grávidas e a qual, de fato, está relacionada à carência de ferro ou de magnésio. “Episódios assim devem ser relatados aos médicos que acompanham a gestação, pois é necessário fazer a suplementação de outra forma”, avisa Natália.
A médica pede ainda compreensão aos que estão acompanhando a gestação, porque as mudanças são tantas que o desejo por algum tipo específico de comida pode ser apenas uma carência emocional mesmo, uma necessidade psicológica de chamar atenção ou uma estratégia de aproximar o companheiro, os familiares e os amigos do período pelo qual a mulher grávida está passando.