Minoxidil causa síndrome do lobisomem? Entenda caso de bebês europeus
Medicamento usado para combater a queda de cabelo foi ligado a casos da síndrome do lobisomem em crianças. Entenda a relação
atualizado
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Alguns bebês na Europa desenvolveram hipertricose, condição também conhecida como síndrome do lobisomem, após contato com cuidadores que usavam o medicamento minoxidil.
O remédio combate a queda de cabelo e incentiva o crescimento de novos fios na área em que é aplicado, mas o contato com a pele e com a boca dos bebês os levou a desenvolver uma densa penugem nas costas, no rosto e no peito.
Bebês e minoxidil
O relato mais recente ocorreu em abril de 2023, quando um bebê começou a desenvolver os pelos após ser cuidado por seu pai, que fazia tratamento com minoxidil em uso tópico. Acredita-se que a criança tenha tido contato indireto com a pele do pai enquanto o produto agia.
O caso ocorreu na Espanha e se soma à uma lista de 17 crianças do país que desenvolveram hipertricose em 2019. Os bebês ingeriram medicamentos para enjoo que continham em sua composição o minoxidil (o remédio também reduz a pressão arterial, o que potencializava o efeito do omeprazol que foi administrado).
Dado o volume de casos, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) decidiu obrigar, em outubro, que os estados membros da União Europeia incluam nas bulas do remédio que ele pode levar à síndrome do lobisomem em crianças.
“Consulte um médico se notar um crescimento excessivo de pelos no corpo do seu filho durante o período em que estiver utilizando medicamentos tópicos de minoxidil”, afirma o novo texto da bula.
A EMA também pede que seja incluída a advertência para evitar a ingestão do minoxidil de formulação tópica. As bulas também devem informar que o crescimento de pelos nas crianças volta ao normal quando o medicamento para de ser usado.
A hipertricose
A síndrome do lobisomem pode ser uma condição congênita ou desenvolvida. Em alguns casos, o cabelo cresce em áreas isoladas – como nas pontas dos cotovelos ou no rosto – e em outros, por todo o corpo. Não é comum que a hipertricose cause efeitos adversos.
Em entrevista anterior ao Metrópoles, a pediatra Tatiana Cicerelli Marchini, da Clínica Parto com Amor, de São Paulo, comentou o caso de uma criança que nasceu com a condição.
“Existem diferentes tipos de hipertricose, algumas são hereditárias e outras podem ser causadas por condições médicas subjacentes. Elas se referem apenas ao desenvolvimento dos pelos e da pele, não há consequências para a saúde”, explicou.
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