Millennials e geração X têm mais risco de 17 cânceres que boomers
Pesquisadores mostram que exposição a fatores de risco desde a infância aumenta as chances de desenvolver alguns tipos de câncer
atualizado
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Nos últimos anos, tem aumentado muito o número de casos de câncer na população mundial. Estima-se que, em 2050, 35 milhões de pessoas terão a doença, um aumento de 77% em relação a 2022.
Um novo estudo publicado na edição de agosto da revista científica The Lancet Publich Health mostra que millennials (nascidos entre 1982 e 1994) e pessoas da geração X (entre 1965 e 1981) têm mais chances de desenvolver 17 tipos de cânceres (incluindo leucemia, câncer de mama e gástrico), do que os boomers (de 1945 a 1964).
Os cientistas da Sociedade Americana de Câncer analisaram dados de 23 milhões de americanos nascidos entre 1920 e 1990 que foram diagnosticados com câncer de 2000 a 2019. Os millennials nascidos em 1990 chegam a ter três vezes mais chance de desenvolver câncer pancreático, de rim ou de intestino do que boomers de 1955. As mulheres jovens também têm mais risco de ter câncer de fígado e no canal biliar.
O estudo também identificou que nove cânceres (como câncer de mama, de ovário, útero, testicular e anal) estão diminuindo nas gerações mais velhas e aumentando nas mais jovens. O risco de morte para a doença também aumentou.
Câncer e mudança de estilo de vida
Os pesquisadores acreditam que essa mudança pode ser parcialmente explicada pela exposição cada vez maior a elementos carcinogênicos na infância e adolescência — tabaco, álcool, falta de sono, dieta pobre em nutrientes e poluição do ar são alguns dos fatores.
A obesidade cada vez mais prevalente também é um problema — dez dos 17 cânceres mais comuns entre millennials está relacionado ao sobrepeso.
“Um risco maior nas gerações mais jovens é carregado conforme o indivíduo envelhece, aumentando a chance de câncer no futuro, parando ou revertendo décadas de progresso contra a doença”, explica o epidemiologista oncológico Alhmedin Jemal.
Mas há uma boa notícia no estudo da Sociedade Americana de Câncer: o risco de câncer de colo de útero em mulheres nascidas em 1990 diminuiu drasticamente. A principal explicação é a efetividade da vacina contra o HPV, que começou a ser comercializada quando esta população estava na idade certa para recebê-la.
Os cânceres relacionados ao tabagismo, como pulmão e garganta, também estão caindo nas gerações mais jovens, fruto da conscientização sobre os perigos do cigarro.
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