SEL Kernels: o método de Harvard que reduz hiperatividade em crianças
SEL Kernels é um metodo criado em Harvard que utiliza brincadeiras de interação para trabalhar o interpessoal de crianças com TDAH
atualizado
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O método SEL Kernels (do inglês Social-Emotional Learning), que usa brincadeiras como forma de aprendizado, pode ser usado como ferramenta para desenvolver e impulsionar as habilidades sociais e emocionais de crianças com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), segundo estudo brasileiro.
A pesquisa, liderada pelo Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDor), mostrou que o método desenvolvido na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, reduz a hiperatividade, melhora na sociabilidade das crianças e reduz os problemas de conflitos entre alunos brasileiros.
O método SEL Kernels é composto por atividades ou estratégias específicas para trabalhar as funções cognitivas, emocionais, interpessoais, de caráter e a mentalidade da criança. Exercícios para observar e declarar elogios entre os colegas são exemplos da prática.
A pesquisa, que teve participação de acadêmicos de Harvard, da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi feita durante um ano letivo em escolas do estado do Rio de Janeiro.
Os pesquisadores realizaram algumas adaptações de cultura e linguagem do SEL Kernels para as 205 crianças participantes. A equipe de pesquisa também acompanhou 109 crianças como grupo de controle pelo mesmo período — o grupo seguiu a grade pedagógica padrão.
Vantagens do método
Os resultados, publicados no periódico Early Education and Development em junho deste ano, mostraram que as crianças que seguiram o programa americano tiveram melhorias significativas em diferentes áreas, como problemas de conduta (50% menos incidência de casos), hiperatividade (60% de redução) e problemas de relacionamento com colegas (55% menos registros).
“O que este estudo mostra é a potência aliada à simplicidade do SEL Kernels. As atividades e estratégias são baseadas na prática do professor, fáceis de implementar e flexíveis, permitindo a ele integrar as atividades nos currículos e rotinas existentes, selecionando aquelas que melhor respondam às necessidades de seus alunos”, avalia a pesquisadora do IDor Ana Luiza Colagrossi, primeira autora do artigo.
Ela acrescenta que, além de permitir que as crianças se relacionem de forma mais saudável e construtiva com seus colegas, a abordagem estimula o desenvolvimento socioemocional e, claro, o aprendizado.
O estudo enfatiza a importância das habilidades socioemocionais como facilitadora para a criança aprender a lidar com frustrações e situações de relações profissionais e pessoais. Além disso, os pesquisadores ressaltam o papel determinante de pais e professores para que o método tenha efeito.
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