Messi: entenda tratamento hormonal feito pelo argentino para crescer
Craque foi diagnosticado com deficiência do hormônio do crescimento aos 9 anos e passou por reposição hormonal para atingir a estatura atual
atualizado
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O atacante Lionel Messi consagrou sua carreira de sucesso com a vitória da seleção argentina na Copa do Mundo do Catar. A resistência e a força de vontade do atacante começaram a ser construídos ainda na infância quando ele precisou enfrentar um problema sério de saúde para seguir carreira.
O camisa dez da seleção da Argentina foi diagnosticado aos 9 anos com deficiência do hormônio do crescimento (DGH). O tratamento certo, feito no momento oportuno, garantiu a ele um crescimento semelhante ao da maioria das crianças e a possibilidade de realizar seu sonho: ser jogador de futebol.
A deficiência do hormônio do crescimento é uma doença rara, com prevalência de uma em cada 4 mil crianças, de acordo com o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Ela é uma importante causa de baixa estatura na infância. Além de controlar o crescimento, o GH tem funções importantes para a saúde.
Causa
A deficiência desse hormônio pode ser congênita – geralmente de causa genética, com origem durante a gestação – ou adquirida após a criança sofrer traumas como infecções, tumores cranianos, radioterapia, traumatismo crânio-encefálico e doenças que atinjam a hipófise, uma glândula endócrina que está localizada na base do cérebro.
Especialistas de Bio-Manguinhos explicam que o hormônio é muito mais importante para o crescimento após o nascimento do que para o crescimento intrauterino.
Embora as crianças com deficiência congênita de GH possam nascer um pouco menores, o quadro costuma ser percebido apenas por volta dos 3 ou 4 anos de vida, quando fica evidente que elas têm uma curva de crescimento abaixo do que é esperado para a idade e o sexo.
Primeiros sinais
Os principais sintomas da deficiência de GH são baixa estatura e crescimento lento. Os pais também devem ficar atentos a outros sinais, como: cabelos finos, voz estridente, e maturação óssea e dentição atrasada em comparação com crianças da mesma idade. Um bom indicativo é a demora na troca de roupas e calçados.
Diagnóstico
De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metodologia (SBEM), a avaliação do ritmo de desenvolvimento da criança pode ser feita por médicos com base nos dados das curvas de crescimento e do cálculo da velocidade de crescimento (VC).
Para isso, é preciso ter pelo menos duas medidas de estatura e um intervalo de tempo entre elas. É importante conhecer também a estatura dos pais para entender a estatura-alvo e como ocorre o crescimento de cada família.
A investigação dos problemas de crescimento geralmente é realizada por um endocrinologista, com a avaliação do histórico de saúde da criança e da família e a realização de um exame físico completo para identificar outros sinais de doenças. Exames laboratoriais e radiológicos podem ser feitos em seguida para pesquisar possíveis causas da condição.
O diagnóstico de deficiência de GH só é feito após a realização de testes de estímulo do hormônio com duração de duas a três horas, feitos em centros especializados.
Tratamento
Quando o crescimento é menor que o esperado e os exames confirmam a deficiência na produção do hormônio responsável por ela, o médico endocrinologista pode indicar o tratamento de reposição hormonal com GH recombinante.
O medicamento deve ser aplicado diariamente, através de injeções nas coxas, braços, abdômen ou nádegas. As doses devem ser injetadas à noite, quando o corpo é naturalmente estimulado a produzir hormônio do crescimento.
O tratamento deve ser feito durante toda a infância e puberdade, até que haja a fusão ou fechamento das cartilagens de crescimento, localizadas nas extremidades dos ossos. Quanto mais cedo for percebido o problema, melhores são as chances de aproveitamento. Messi conseguiu atingir a altura de 1,69.
“Depois que as cartilagens dos ossos longos se fecham, não há mais possibilidade de crescer, mesmo recebendo tratamento com GH recombinante”, afirma a SBEM.
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