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Mesmo no verão, brasileiros têm deficiência de vitamina D, diz estudo

A falta do micronutriente foi associada, no estudo, a fatores como estilo de vida, demografia socioeconômica e hábitos culturais

atualizado

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1 de 1 Imagem colorida: capsulas de vitamina D formam desenho de sol - Metrópoles - Foto: Getty Images

A deficiência de vitamina D no corpo humano pode causar fraqueza e dor nos músculos. Contudo, apesar de a produção da substância estar relacionada à exposição ao sol, variáveis como genética, demografia e estilo de vida também contribuem para a produção da vitamina.

Uma pesquisa publicada no Journal of the Endocrine Society em novembro de 2022 constatou que, mesmo no verão, boa parte dos brasileiros apresenta insuficiência ou deficiência de vitamina D. Os cientistas consideraram que pessoas com níveis do nutriente abaixo de 30 ng/ml possuem insuficiência, e abaixo 20 ng/ml, deficiência.

“Variáveis como genética, demografia e estilo de vida influenciam a produção de vitamina D. Os hábitos recém-adquiridos durante a pandemia Covid-19, que levou a rotina da população para dentro de casa, por exemplo, também podem contribuir para o quadro”, esclarece a endocrinologista Marise Lazaretti Castro, da Escola Paulista de Medicina, uma das autoras do levantamento.

A pesquisa foi feita com 1.029 participantes, dos quais 50,7% apresentaram insuficiência da vitamina e 15,3%, deficiência. O estudo, realizado por pesquisadores das Universidades Federais do Paraná e de São Paulo, Fundação Oswaldo Cruz e Obras Sociais Irmã Dulce, analisou adultos entre 18 e 45 anos.

Em São Paulo, 20% dos participantes apresentaram deficiência de vitamina D. Em Curitiba e em Salvador, o índice de deficiência foi de 12%. No inverno, a situação pode ser agravada em mais 10%, apontam os pesquisadores.

Estilo de vida e reposição

O estudo, que coletou amostras de sangue e dados dos participantes, identificou a falta de exercícios ao ar livre e a incidência de obesidade e sobrepeso como fatores de risco para a carência de vitamina D na população brasileira.

Entretanto, a exposição ao sol, atividades físicas e o uso de suplementos podem ajudar na reposição do micronutriente. “A suplementação orientada por um profissional pode diminuir 60% das chances de os pacientes terem deficiência de vitamina D, de acordo com o estudo”, diz Marise.

Outro ponto abordado pelo levantamento foi a questão étnico-racial. Ainda que Salvador tenha maior percentual de negros do que Curitiba, a média dos níveis de vitamina D dos participantes não foram diferentes entre si.

“Isso sugere que a maior abundância de radiação solar existente em Salvador, devido à maior proximidade com o Equador, pode ultrapassar a barreira da melanina na pele para produzir vitamina D. Em locais com radiação solar limitada, a pele negra seria um fator de risco para deficiência de vitamina D”, afirmam os pesquisadores.

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