Mesmo com vacinação, idosos seguem em isolamento, mostra pesquisa
Estudo brasileiro monitora idosos desde maio de 2020 e os resultados mostram que, mesmo com vacinas, 82% deles continuam se isolando
atualizado
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Mesmo vacinados contra a Covid-19, idosos brasileiros continuam mantendo medidas não farmacológicas para evitar o contágio pela doença. Uma pesquisa realizada pela Unicid (Universidade Cidade São Paulo), em parceria com outras instituições, vem monitorando o comportamento de pessoas com mais de 60 anos desde maio de 2020, e os resultados obtidos até agora mostram até um incremento nos índices de isolamento social.
A pesquisa vem sendo realizada virtualmente e por telefone, começou em maio de 2020 e vai se estender por um período de 18 meses. Após 12 meses, os primeiros resultados foram publicados na revista Frontiers in Public Health.
O estudo ressalta que a pandemia e suas restrições estão afetando a capacidade de mobilidade dos idosos. “Ações devem ser colocadas em prática para superar essa deterioração e reverter esses efeitos entre os grupos vulneráveis mais afetados”, explicou Mônica Rodrigues Perracini, pesquisadora da Unicid e líder do estudo, em entrevista à universidade.
Na primeira onda, a pesquisa contou com a participação de 2.482 idosos com 60 anos ou mais, de 22 estados do Brasil. Na segunda onda, entre agosto e outubro de 2020, participaram 1.118 indivíduos.
Os primeiros resultados da pesquisa indicam que, em maio de 2020, 80% dos entrevistados seguiam medidas de restrição social; 46,9% só estavam saindo quando inevitável; 29,3% estavam isolados completamente; 11,4%, saindo e tomando cuidado; 8,9% estavam recebendo visitas; 2,8% não mudaram a rotina; e 0,5% saíam para caminhar.
Em 2021, os participantes demonstraram continuar evitando aglomerações e tomando os cuidados para evitar o contágio: 82% seguem medidas de restrição social; 49,3% só estão saindo quando inevitável; 10,3% seguem totalmente isolados; 19,1% estão saindo para trabalhar com cuidado; 9,2% permaneceram em casa, mas recebendo visitas; 2,8% não mudaram a rotina; e 3,3% saem só para caminhar.
A professora Mônica defende a importância do papel do fisioterapeuta neste cenário. “É fundamental não só para a reabilitação dos idosos que tiveram Covid-19, mas daqueles que sofreram o impacto da inatividade física e consequente descondicionamento global, com perda de força muscular, equilíbrio e condicionamento cardiorrespiratório”, destaca.
O estudo foi desenvolvido por meio do projeto Remobiliza, da Rede de Estudos em Mobilidade no Envelhecimento. Também participam da iniciativa a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), o IFRJ (Instituto Federal do Rio de Janeiro), a Faculdade de Medicina de Jundiaí, a UPE (Universidade de Pernambuco), a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), a Universidade de Otago, no Canadá, e o Hospital Albert Einstein, de São Paulo.
A rede tem divulgado a pesquisa em postagens no Instagram, veja:
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