Médicos conseguem implantar marca-passo do tamanho de tampa de caneta
Operação considerada revolucionária instalou marca-passo menor que uma tampa de caneta em 1/4 do tempo de uma cirurgia normal em um inglês
atualizado
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Cardiologistas ingleses conseguiram implantar um marca-passo mais simples e funcional em um coração humano pela primeira vez na Inglaterra. O dispositivo é do tamanho de uma tampa de caneta e foi colocado em apenas 30 minutos — o procedimento tradicional demora cerca de duas horas.
O marca-passo é um dispositivo implantado próximo ao coração e encarregado de monitorar os batimentos cardíacos. Quando percebe que eles estão fora do ritmo esperado, o aparelho cria pequenos impulsos elétricos para estabilizar a frequência.
O novo dispositivo é uma evolução que foi considerada revolucionária pelos cardiologistas por ser facilmente implementável e duradoura. Ele é dez vezes menor que os dispositivos padrão e com o dobro de bateria — a expectativa é que dure mais de 20 anos em alguns pacientes.
O instrumento é implantado diretamente no ventrículo direito do coração – a câmara que manda sangue com baixo teor de oxigênio para os pulmões. Ele é colocado pelas veias do abdômen, evitando a necessidade de abrir o coração.
O aparelho da marca Avier ainda não está disponível no Brasil, mas algumas versões semelhantes com tecnologias anteriores, como o Micra, já estão sendo usadas, inclusive no DF.
Vida nova
O homem que recebeu o dispositivo modelo foi o aposentado Graham Motteram, de 76 anos. Ele descobriu ter problemas cardíacos após um check-up de rotina para diabetes.
“Cheguei ao hospital e fui levado às pressas para a internação. O médico veio me ver e me contou sobre um dispositivo totalmente novo que estava disponível e achou que seria a escolha certa para mim – o procedimento ocorreu 10 dias depois, sem problemas ou dor de forma alguma”, lembra Motteram.
Indicação do marca-passo
O novo marca-passo é indicado para quem tem bradicardia, ou seja, uma frequência cardíaca mais lenta que o normal – abaixo de 60 batimentos por minuto (bpm). Pacientes com a condição não conseguem bombear sangue rico em oxigênio suficiente para o corpo durante atividades físicas, por exemplo.
Os sintomas podem incluir tonturas, falta de ar, falta crônica de energia e desmaios. A condição também pode fazer com que o cérebro e outros órgãos fiquem privados de oxigênio – a doença pode ser fatal sem detecção e tratamento precoces.
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