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Menino de 7 anos passa quase um mês internado por Covid-19

No hospital, Luan Almeida de Queiroz, que é portador de anemia falciforme, desenvolveu pneumonia bilateral e precisou ser intubado

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Hospital Unimed São Domingos/Divulgação
Luan Almeida de Queiroz e a mãe, Gilsilene Almeida Lisboa Queiroz
1 de 1 Luan Almeida de Queiroz e a mãe, Gilsilene Almeida Lisboa Queiroz - Foto: Hospital Unimed São Domingos/Divulgação

O caso de Luan Almeida de Queiroz, menino de apenas 7 anos morador de Catanduva (SP), deixou a equipe médica do Hospital Unimed São Domingos (HUSD) em alerta. O garoto foi internado no dia 7 de março, após sentir dor nas costas, de cabeça e febre. Exames laboratoriais confirmaram a infecção por Sars-CoV-2, o que deu início a um período de 21 dias de internação com diversas complicações médicas.

Luan é portador de anemia falciforme, doença hereditária que se caracteriza por um defeito no formato das hemácias, as células do sangue. Em pessoas que não têm a doença, elas são arredondadas, o que permite que a oxigenação sanguínea seja feita com eficiência.

Em quem tem a doença, as células têm formato de foice, o que dificulta o transporte do oxigênio para os tecidos e provoca problemas como cansaço extremo, dores muito fortes e, em casos mais graves, leva à morte pela falência de órgãos.

No hospital, o quadro do garoto tornou-se grave: ele desenvolveu pneumonia bilateral, situação em que há a infecção e inflamação dos dois pulmões por microrganismos. A condição é considerada mais grave que a pneumonia comum, já que está associada à diminuição da capacidade respiratória, e é mais frequente em pessoas com o sistema imune enfraquecido. Por conta disso, Luan precisou ser intubado.

Em entrevista ao G1, a mãe do menino, Gilsilene Almeida Lisboa Queiroz, contou que entrou em desespero quando o filho precisou ser intubado por 24 horas. Segundo ela, foi preciso que a equipe médica drenasse as secreções dos pulmões do garoto, procedimento que a deixou assustada. “Acabei me apegando muito a Deus. Ele acordou no dia seguinte me chamando. Fiquei muito feliz”, afirmou.

Assim como a criança, Gilsilene e o marido também testaram positivo para Covid-19. Somente Luan, contudo, precisou de atendimento médico. “Como as pessoas falam que é difícil pegar [coronavírus] em criança, nunca imaginei passar por isso. Foi um susto muito grande para nós vê-lo internado. Mesmo tomando os cuidados, não teve jeito. Ele acabou pegando”, relembra a mãe.

Após 16 dias internado na Unidade Respiratória do Hospital Unimed São Domingos (HUSD), Luan foi levado para a pediatria e recebeu alta no último sábado (27/3). O menino ainda precisará de acompanhamento médico, para avaliar a extensão dos danos à sua saúde causados pelas complicações hospitalares e pela própria anemia falciforme.

Renato Lorezon, médico pediatra do Hospital Unimed São Domingos, admitiu que, em certo momento, a própria equipe médica teve medo de não conseguir salvar o garoto. Segundo ele, o tratamento “foi uma luta diária”.

“Ele passou pelo fio da navalha. O Luan está bem, mas teve momentos em que precisamos nos segurar ao falar com a mãe. Precisávamos passar confiança para mãe, mas tínhamos medo de perdê-lo”, detalhou o especialista.

De acordo com o médico, o quadro de Luan foi especialmente delicado por conta da anemia falciforme, que faz com que as hemácias se destruam mais facilmente em momentos de estresse para o organismo, como uma infecção. Por isso, o menino apresentou dispneia (falta de ar) e recrudescimento (agravamento) da febre, além de acumular secreção no pulmão.

Veja como o coronavírus ataca o corpo:

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