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Memória ruim ou demência? Como diferenciar sintomas comuns da doença

Médicos explicam sinais que podem ajudar a diferenciar os esquecimentos eventuais e o envelhecimento dos primeiros episódios de demência

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Idoso tenta se lembrar de algo - Metrópoles
1 de 1 Idoso tenta se lembrar de algo - Metrópoles - Foto: Peter Dazeley/Getty Images

É natural que tenhamos episódios de esquecimento pontuais. Mas com o passar dos anos, o envelhecimento e a memória ruim começam a se confundir com os primeiros sinais da demência. Afinal, como reconhecer se dificuldades de foco ou até mesmo de visão são um sintoma da doença ou apenas uma consequência ruim da longevidade?

Especialistas afirmam que a demência só pode ser diagnosticada por um especialista e que os sinais devem ser observados com atenção. Nem todo esquecimento ou sensação de ficar desconectado deve acender o alerta para marcar uma consulta, mas sinais simples podem ajudar a diferenciar os tropeços da mente de uma debilidade cognitiva mais preocupante.

Os problemas são diferenciados em cinco grupos de atenção:

1. Memória

Perder objetos ou não encontrar a palavra certa não são considerados sinais preocupantes se os episódios forem esporádicos.

“Com a idade, muitas pessoas esquecem o que foi dito anos atrás. Pacientes com demência, porém, começam a esquecer costumeiramente coisas que acabaram de aprender ou de fazer”, alerta a neurologista Jaina Engineer, membro da Sociedade Britânica do Alzheimer, em entrevista ao Daily Mail.

Ela aponta que há mais sinais da memória que indicam a demência. São eles:

  • Esquecer rotineiramente se fechou as portas de casa;
  • Guardar objetos em locais inusitados;
  • Se sentir perdido e perder a capacidade de localização;
  • Ter dificuldade de aprender coisas novas, por mais simples que sejam;
  • Dificuldade em seguir receitas ou de fazer tarefas que exijam vários passos.

2. Visão

Embora seja um sinal menos observado, a perda da capacidade de enxergar também pode estar associada à demência. Claro que todas as pessoas podem experimentar episódios de visão borrada, principalmente com o envelhecimento, mas, nos casos da doença, não é só a vista cansada que preocupa.

Segundo a especialista, pessoas com demência encontram dificuldade em distinguir cores e identificar padrões visuais. “Isso ocorre por que a mensagem capturada pode não ser corretamente processada no cérebro e isso gera uma distorção no que se enxerga”, explica.

3. Localização e foco

Enquanto algumas pessoas têm grandes dificuldades de se localizar em mapas ou se sentem perdidas com certa frequência ao ir a lugares novos, as indivíduos com demência começam a ter esta sensação em locais muito familiares, como a própria casa.

A doença dificulta a capacidade de foco, e a dificuldade é considerada um sinal preocupante: além de se sentir perdido para tomar decisões de trajeto, o indivíduo também pode não sentir segurança para tomar decisões de forma geral.

“Se a pessoa não consegue pensar direito naquilo que precisa decidir, e há uma dificuldade de processar o que é dito, isso pode ser um sinal preocupante da perda de capacidade cognitiva”, afirma Jaina.

4. Conversação

Outro sinal de alerta para a demência é a dificuldade de encontrar a palavra certa enquanto se conta uma história. Embora seja um sintoma bastante forte da doença, ele deve ser observado em sua frequência e severidade.

A dificuldade de conversar entre pessoas com demência é profunda e elas têm dificuldade de entender o contexto comunicativo do que é dito.

“É comum que em algumas conversas a gente se sinta perdido ou se distraia. Entre as pessoas com demência, porém, há um esforço ativo em tentar entender o que se está dizendo sem conseguir”, afirma a especialista.

5. Comportamento

Há mudanças de comportamento que acabam sendo motivadas pela demência. As pessoas que não enfrentam a doença nem sempre terão um humor constante, mas os pacientes se tornam mais irritáveis e apresentam alterações muito bruscas de comportamento.

“Não é apenas uma mudança sutil, de ficar mais amargo com a idade, mas as pessoas com demência se tornam mais irritadiças, frustradas, não conseguem trabalhar e viver suas vidas da forma que costumavam fazer”, diz Jaina.

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