Melatonina está à venda no Brasil: veja o que você precisa saber
Suplemento com melatonina já começa a aparecer nas farmácias do país, e pode ajudar quem precisa de uma mãozinha para dormir melhor
atualizado
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Depois de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar a venda de melatonina no Brasil na forma de suplemento alimentar, a substância já começa a chegar nas farmácias. O órgão permite a comercialização de doses de 0,21 mg, em gotas ou comprimido, sem prescrição médica, e a melatonina não pode ser utilizada por gestantes, lactantes, crianças e trabalhadores de atividades que exigem atenção constante.
A aprovação da melatonina era muito aguardada no Brasil. De acordo com uma pesquisa feita pelo Ibope, chamada Mapa do Sono dos Brasileiros, cerca de 65% da população têm baixa qualidade de sono, mas só 7% procuram ajuda médica para resolver o problema.
A substância é conhecida com o hormônio do sono, e é responsável por manter o bom funcionamento do relógio biológico — o ritmo circadiano que define quando o corpo deve relaxar para dormir e o momento de acordar.
A melatonina está relacionada com o tempo de jejum durante a noite, a atividade cardiovascular, a pressão arterial, a temperatura corporal e a frequência cardíaca, além de preparar o descanso. Ela também participa da reparação das células durante a noite, e sua deficiência está associada à dificuldade para dormir.
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A produção do hormônio costuma cair conforme os anos passam e, por isso, o suplemento pode ser mais indicado para idosos e não funcionar de forma perfeita para todos os pacientes: muitas vezes, o problema no sono não é falta de melatonina, mas outras condições, como a obstrução na respiração ou o refluxo.
Apesar de o suplemento oferecer uma boa saída para quem sofre para dormir, não é algo que resolva o problema imediatamente — são necessárias pelo menos duas semanas para que o tratamento faça efeito. A indicação é tomar o remédio todos os dias, no mesmo horário, logo antes de ir dormir.
Outras opções
A enfermeira esteta Mariane de Chiara, diretora da Clínica Chiquetá, alerta que é preciso ter cautela com o uso indiscriminado da melatonina. O uso em excesso pode causar alteração cognitiva, queda de pressão e irritabilidade, por exemplo.
“Num momento inicial a melatonina ajuda, porém não deve se tornar um fator de dependência. Fazer um esforço, desligando as luzes e deixando o celular de lado antes de dormir é essencial para estimular a sua própria produção do hormônio”, explica a profissional. Garantir que o quarto esteja completamente escuro é importante, uma vez que a produção natural da melatonina é desencadeada, entre outros fatores, pela luz ambiente.
A atenção à alimentação também ajuda na hora de dormir. A nutricionista Júlia Mascarenhas, da Nutrition’all, conta que bons hábitos alimentares podem interferir na qualidade do sono. “A ingestão de triptofano, magnésio, vitaminas do complexo B, zinco e ômega 3, têm a capacidade de ajudar a ter um sono contínuo e restaurador”, ensina.