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Mel e Lis: siamesas se recuperam bem depois de cirurgia inédita

As gêmeas craniópagas que foram separadas em procedimento de alta complexidade estão internadas no Hospital da Criança de Brasília

atualizado

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Luci Vânia/ Foto cedida pela família
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1 de 1 Gemeas-siamesas1 - Foto: Luci Vânia/ Foto cedida pela família

As gêmeas siamesas brasilienses que passaram por cirurgia de separação inédita no último sábado (27/04/2019) estão se recuperando dentro do que foi previsto pela equipe médica. As duas eram unidas pelo lado direito da cabeça e, para que fossem separadas, foi necessário um procedimento de alta complexidade, que durou cerca de 20 horas, no centro cirúrgico do Hospital da Criança de Brasília.

Lis está até surpreendendo pela rapidez com que o quadro dela evolui. Ela já respira sem aparelhos e, na tarde desta terça-feira (30/04/2019), chegou a ficar na posição de quem se prepara para engatinhar. Mel está despertando aos poucos, mas, de acordo com o hospital, o quadro dela é compatível com a complexidade da cirurgia pela qual passaram.

Depois do procedimento de separação, chefiado pelo neurocirurgião Benício Oton de Lima, as gêmeas foram mantidas em coma induzindo para que recobrassem os sentidos naturalmente. “É parte do protocolo, para que elas se recuperem da intervenção cirúrgica em segurança”, esclareceu o médico, na segunda-feira, durante coletiva que detalhou como foi a separação das meninas.

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Equipes durante a cirurgia: amarelo para Mel e rosa para Lis
As meninas viraram o xodó do hospital
Hora do agradecimento: equipe do hospital com a família
Rodrigo Martins, o pai, mostra tatuagem feita em homenagem às gêmeas
Casal acompanha a recuperação das filhas
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“É uma boneca”, disse a mãe ao ver pela primeira vez, após o procedimento, uma das filhas

Hospital da Criança/Divulgação
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Equipes durante a cirurgia: amarelo para Mel e rosa para Lis

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As meninas viraram o xodó do hospital

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Hora do agradecimento: equipe do hospital com a família

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Rodrigo Martins, o pai, mostra tatuagem feita em homenagem às gêmeas

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Casal acompanha a recuperação das filhas

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Mel e Lis nasceram com parte dos crânios grudados

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Pais declararam que médicos são anjos enviados para acompanhá-los

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Camilla e Rodrigo: os pais das crianças

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As gêmeas, que completam 11 meses nesta quarta-feira (1º/05/2019), conquistaram a equipe do Hospital da Criança de Brasília. Elas são acompanhadas no local desde que tinham apenas dois meses de vida e o envolvimento dos funcionários com a história das meninas é intenso.

procedimento de separação das gêmeas começou a ser planejado quando as meninas brasilienses ainda tinham dois meses e o médico Benício Oton de Lima confirmou, por meio de exames, que a operação seria viável pois elas compartilhavam apenas uma pequena parte do cérebro, que poderia ser retirada sem danos. “O dia em que ele disse que poderíamos separá-las foi de muita felicidade para mim”, lembra a mãe das meninas, Camilla Vieira Neves, 25 anos.

A equipe médica considera que a ligação das meninas, no lóbulo frontal direito dos crânios, facilitou o trabalho de separação, visto que permitiu às crianças se desenvolverem normalmente. “Não são pacientes acamadas. São pacientes saudáveis, que tiveram o crescimento e o desenvolvimento motor perfeitamente normal”, destaca a anestesiologista Liliana Teixeira. O mais comum entre os siameses craniopágos [ligados pela cabeça] é que a junção seja no topo dos crânios, o que os obriga a viverem na horizontal, prejudicando as condições de saúde.

Mel e Lis já falam palavras simples, como “mama” e “papa”. Ficam de pé e conseguem dar pulinhos. Antes da cirurgia, a mãe explicou a elas que os médicos as colocariam para dormir, mas que, quando acordassem, os pais estariam do lado de fora esperando-as.

O momento em que a mãe viu as meninas separadas – Mel foi a primeira sair do centro cirúrgico, foi de grande emoção. “Olhei minha filha e ela estava perfeita. Igual a uma boneca”, afirma Camilla. Lis foi a primeira a despertar depois da anestesia. No fim da tarde de segunda (29/04/2019), ela já não estava mais entubada.

Nas fotos da cirurgia, há uma equipe com toucas rosas e outra com toucas amarelas. A equipe rosa era responsável por Lis e a amarela, por Mel. Os instrumentos cirúrgicos usados em cada uma delas também estavam identificados com fitas adesivas das duas cores.

O objetivo era garantir que não houvesse nenhum tipo de confusão durante os procedimentos realizados nas crianças. Enquanto uma equipe operava Mel, a outra operava Lis. O método de separação por cores foi descoberto pela médica Liliana Teixeira, ao revisar a literatura científica sobre separação de siameses

 

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