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Meia dose de AstraZeneca pode ser aplicada como reforço, diz pesquisa

Estudo concluiu que meia dose do imunizante oferece 70% de proteção contra o vírus Sars-CoV-2, mesmo resultado de duas doses completas

atualizado

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Joaquin Gomez Sastre/NurPhoto via Getty Images
Vacina AstraZeneca
1 de 1 Vacina AstraZeneca - Foto: Joaquin Gomez Sastre/NurPhoto via Getty Images

Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo garante que meia dose do imunizante contra a Covid-19 da farmacêutica AstraZeneca é eficaz e pode ser usada como dose de reforço. Os resultados foram apresentados para a Fiocruz, fabricante da AstraZeneca no Brasil, e será levado, nesta sexta-feira (21/1), para a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19 (Ctai), que auxilia o Ministério da Saúde nas políticas públicas contra a pandemia.

A pesquisa concluiu que meia dose do imunizante oferece 70% de proteção contra o vírus Sars-CoV-2 – mesmo resultado de duas doses completas da vacina. A aplicação fracionada também é capaz de induzir a produção de anticorpos neutralizantes em 99,8% dos imunizados, diminuindo ocorrências de óbitos e hospitalizações.

“O resultado da pesquisa está sendo apresentado e indica que a meia dose pode ser usada como dose de reforço. Caso as autoridades tenham esse entendimento com base na pesquisa, a meia dose pode ser inserida na bula. Isso pode expandir a vacinação em países mais pobres, por exemplo”, disse Valéria Valim, médica coordenadora da pesquisa à Folha de S.Paulo.

Foram analisados 20.685 voluntários entre 18 e 49 anos de idade da cidade de Viana, no Espirito Santo. A aplicação da meia dose nos participantes ocorreu no dia 13 de junho de 2021. A segunda etapa de imunização foi no dia 8 de agosto. Viana tem 80,7 mil habitantes.

De acordo com os pesquisadores, os resultados com meia dose foram semelhantes aos da dose comum. Além disso, a duração dos efeitos colaterais foi menor no grupo que recebeu meia dose. Do total de vacinados, 558 foram selecionados para serem monitorados com coleta de amostras sanguíneas para avaliação da produção de anticorpos neutralizantes e celulares.

Projeto Viana Vacinada

Os autores do estudo fazem parte do projeto Viana Vacinada, coordenado pelo Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes da Universidade Federal do Espírito Santo (Hucam-Ufes), que integra a rede Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), em parceria com a Fiocruz.

Diante das evidências do estudo, a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), autorizou que a população de Viana de 18 a 49 anos receba reforço com meia dose. Podem receber a vacina fracionada quem participou do estudo e também quem recebeu dose padrão de AstraZeneca, Coronavac ou Pfizer.

A pesquisa foi patrocinada pelo Icepi (Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde), da Secretaria Estadual de Saúde do Espírito Santo, com o apoio da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), do Ministério da Saúde e da prefeitura municipal de Viana.

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