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Medo de sair e interagir? Saiba como identificar a ansiedade social

Em casos graves, condição pode evoluir para a “síndrome da cabana”; veja o que é e como tratar

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Fotografia colorida de Mulher sentada na cama -Metrópoles
1 de 1 Fotografia colorida de Mulher sentada na cama -Metrópoles - Foto: Getty Images

Com o avanço da vacinação contra a Covid-19 e o número de mortes caindo, voltar a frequentar bares, cinemas e restaurantes tem sido a rotina de muitos brasileiros. Mas não é todo mundo que se sente confortável em retomar essas atividades e, para alguns, visitar os antigos lugares de convívio social tem gerado uma ansiedade exacerbada.

O fenômeno não é raro e foi acentuado pela quarentena e os longos períodos de isolamento social dos últimos dois anos, de acordo com Ana Paula Carvalho, mestre em psiquiatria pela Escola Paulista de Medicina da Unifesp. Traumas vividos na pandemia, como a morte de parentes próximos, a internação pela doença ou outros eventos associados ao coronavírus também podem desencadear esse desconforto.

Fobia social

Além de uma sensação de “não quero estar aqui”, a pessoa tende a manifestar sintomas de dor, sofrimento e mesmo características semelhantes às de uma crise de ansiedade e estresse. Também pode surgir, em conjunto, uma fobia social, na qual o indivíduo não sabe mais lidar com as pessoas ao seu redor.

O isolamento pode ter gerado uma repulsa, justamente pela pessoa ter vivido eventos traumáticos. Também pode acometer qualquer um que esteja mais vulnerável e, sem perceber, fica com o medo exacerbado da morte, atrapalhando a retomada da vida antiga”, explica Ana Claudia Zani Ramos, psicóloga e especialista em neurociência e comportamento pela Universidade Mackenzie.

Síndrome da cabana

Uma das formas mais graves de isolamento social é chamada de “síndrome da cabana”. Embora não seja classificada como uma doença, é um fenômeno que provoca um medo intenso relacionado à interação com as pessoas.

A condição foi observada e ganhou esse nome no século 20, quando trabalhadores norte-americanos ficavam longos períodos em cabanas e, ao voltarem para o convívio social, apresentavam sintomas de ansiedade.

Atualmente, a síndrome está relacionada ao medo de sair de casa, e a pessoa sente dificuldade em tomar esse passo sozinha. Sintomas de agressividade e pânico também estão associados. “Ela perde a noção de tempo e tem uma desorientação”, complementa a psicóloga. Com a influência da pandemia, os sinais podem se relacionar com o cuidado excessivo com a limpeza e outras medidas sanitárias.

Como reconhecer o problema

Se o medo e desconforto causam prejuízos no dia a dia da pessoa, ela pode ser diagnosticada com ansiedade social ou mesmo síndrome da cabana. Uma das formas de perceber o problema é comparar o comportamento antigo com o atual.

Se no passado a pessoa era mais extrovertida, gostava de sair e não tinha problemas com isso, e hoje é introspectiva e tem dificuldade em se relacionar com outros, pode ser um indicativo dos transtornos.

Para reverter o quadro, a primeira iniciativa é criar uma rotina – mesmo que dentro de casa — como se fosse sair para o trabalho ou outras atividades sociais. Também é fundamental rever amigos ou pessoas próximas, ainda com os cuidados que o momento atual da pandemia demanda.

Recomenda-se também procurar ajuda de médicos psiquiatras e psicólogos para desenvolver um tratamento adequado. Por meio da psicoterapia, é possível realizar exercícios e outras atividades que permitam normalizar o convívio social de forma leve e natural. O médico pode ainda receitar ansiolíticos e outros medicamentos para diminuir os sintomas comportamentais, caso necessário. (Com informações da Agência Einstein)

 

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