Médicos acham alteração no cérebro que explicaria enxaqueca crônica
Exames de imagem do cérebro podem ajudar a resolver o mistério de por que certas pessoas sofrem de enxaqueca crônica debilitante
atualizado
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Apesar de muito comum, a enxaqueca crônica ainda é cercada de mistérios e a ciência não compreende exatamente como ela acontece. Porém, médicos americanos conseguiram, com imagens de ressonância magnética do cérebro, chegar mais perto de entender o que causa o quadro.
Os profissionais de saúde identificaram que pessoas com a condição dolorosa têm espaços cheios de líquido ao redor dos vasos sanguíneos nas regiões centrais do cérebro.
O estudo será apresentado na próxima semana no encontro anual da Sociedade de Radiologia da América do Norte. Os médicos e pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia (USC), nos Estados Unidos, acreditam que pacientes com as características observadas têm problemas para eliminar resíduos do cérebro e do sistema nervoso.
“Os espaços perivasculares (em torno dos vasos sanguíneos) fazem parte do sistema de limpeza dos fluidos no cérebro. Então, investigar como eles contribuem para a enxaqueca pode nos ajudar a entender melhor como elas ocorrem”, afirma o pesquisador Wilson Xu, autor principal do estudo, em comunicado da USC.
Para a realização do experimento, os médicos contaram com 25 pessoas entre 25 e 60 anos com condições diferentes: dez tinham enxaqueca crônica, dez tinham enxaqueca episódica e cinco eram saudáveis. Elas foram agrupadas de acordo com a idade e passaram por exames de ressonância magnética de ultra resolução.
“Esse tipo de ressonância pode ser usado para revelar mudanças muito menores que ocorrem no tecido cerebral depois de uma enxaqueca”, afirmou Xu.
A análise revelou que o número de espaços cheios de líquido foi significativamente maior em pacientes com enxaqueca, em comparação com pessoas saudáveis. De acordo com os médicos, a característica tem relação com uma interrupção do sistema responsável por eliminar resíduos do sistema nervoso central.
De acordo com o autor principal do estudo, os resultados das investigações podem inspirar pesquisas mais aprofundadas sobre o assunto. Uma das sugestões do cientista é analisar como as alterações nos vasos sanguíneos microscópicos do cérebro atuam nos diferentes tipos de enxaqueca e, no futuro, finalmente entender como diagnosticar e tratar o problema corretamente.
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