Médico explica como atleta João Paulo Diniz pode ter sofrido infarto
A morte fez com que os impactos e os riscos da intensidade dos exercícios fosse questionada em casos como o do empresário de 58 anos
atualizado
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A morte de João Paulo Diniz, filho do bilionário Abílio Diniz, no domingo (31/7) abriu uma série de discussões sobre a causa do seu falecimento. Aos 58 anos, João era praticante de esportes e tinha participado de uma prova de triatlo no sábado (30/7), um dia antes de ser encontrado morto em Paraty, no Rio de Janeiro. Mesmo jovem e atleta, o empresário acabou sofrendo um infarto fulminante e não resistiu.
A morte fez com que os impactos da intensidade dos exercícios fossem questionados. O diretor do centro de treinamento de emergências da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, Agnaldo Piscopo, explica que o leque de opções para identificar o motivo da morte nesses casos é amplo.
No entanto, com o recorte de idade e a prática de uma atividade de alta intensidade, Piscopo acredita que o mais provável neste caso foi uma doença arterial coronariana, causada pela obstrução de uma das artérias por placas de gordura que vão se acumulando em seu interior. Ele afirma que as atividades físicas mais intensas podem ocasionar esse tipo de situação.
“Casos como esse são uma fatalidade. Muitas vezes não há nenhum tipo de sintoma prévio que faça com que a pessoa se previna para aquela situação. As placas de gordura podem se tornar instáveis por processos inflamatórios como viroses ou estresse após atividades físicas, levando à formação de trombos e obstrução das artérias coronárias, causando infarto ou morte súbita”, explicou.
Segundo Psicopo, o índice de mortalidade nesses casos é de 25%, e a primeira manifestação que pode ocorrer é justamente a parada cardíaca. Em casos como os de João, vítimas abaixo dos 65 anos são as que mais correm risco de falecer. “Quase 50% dos pacientes acabam morrendo em casos como estes”, afirma o médico.
O cardiologista explica que, em muitos casos, o indivíduo pode morrer sem estar com qualquer problema prévio. “É como se a mudança fosse um retrato daquele instante, e neste contexto, a pessoa pode não resistir. Em muitos casos, o coração do paciente não precisa estar doente para que ela venha a morrer”, completou.
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