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Médico alerta para começo da temporada de vírus sincicial respiratório

Vírus é responsável por 75% dos casos de bronquiolite em menores de 2 anos. Condição pode evoluir para asma no futuro

atualizado

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criança com respirador
1 de 1 criança com respirador - Foto: GettyImages

Para crianças com menos de 2 anos, principalmente os nascidos prematuros, o primeiro semestre do ano é especialmente perigoso, pois se verifica a época sazonal do Vírus Sincicial Respiratório (VSR).

O vírus é responsável por 34 milhões de hospitalizações e 200 mil mortes todos os anos no mundo em crianças com menos de 5 anos. Entre lactantes e crianças menores de 2 anos, é o principal causador de infecções do trato respiratório. Estima-se que 40% a 60% das crianças são infectadas pelo VSR no primeiro ano de vida e 95%, até o segundo aniversário.

Entre 10 crianças diagnosticadas com bronquiolites, 7 estão com o VSR. A doença pode se desenvolver e gerar chiado na respiração e asma, principalmente em pacientes com menos de dois anos, que estão no grupo de risco. Em crianças maiores e adolescentes, a doença se apresenta como um resfriado comum.

“O interessante é que ele não dá uma imunidade duradoura, como acontece com outros vírus. A exemplo do que acontece com a Covid-19, podemos ter a infecção várias vezes durante a vida e não ter imunidade completa. São os primeiros contágios, no bebê novinho, que podem causar doença grave”, explicou o infectologista pediátrico Renato Kfouri, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), em entrevista coletiva nesta quinta (17/2).

Prevenção

Ainda não existe vacina para o VSR, mas crianças do grupo de risco — bebês prematuros que nasceram com menos de 29 semanas e pacientes com menos de dois anos portadores de cardiopatias ou doença pulmonar obstrutiva crônica — devem tomar um anticorpo monoclonal chamado palivizumabe, fabricado pela AstraZeneca.

O medicamento é um anticorpo sintético que se liga ao vírus e impede sua adesão nas células do trato respiratório. Porém, ele dura apenas um mês, e deve ser reaplicado a cada 30 dias durante o período sazonal para garantir a eficácia.

Como é um tratamento caro, o Sistema Único de Saúde (SUS) e os planos de saúde só cobrem a administração para os pacientes do grupo de risco. A SBP tenta ampliar as crianças contempladas para incluir também os prematuros que nasceram entre 29 e 32 semanas, principalmente nos primeiros seis meses.

Além disso, é importante que a família mantenha a higiene das mãos, use máscara, não exponha a criança ao cigarro, e evite que o pequeno paciente vá à creche ou à escola. “Essas medidas funcionam, mas são complementares ao uso do remédio”, explica Kfouri.

Impacto da pandemia

O infectologista diz que a pandemia de Covid-19 também provocou alterações no comportamento do VSR. O distanciamento e as medidas de isolamento abaixaram muito os casos da doença, mas em setembro de 2021, fora do período de sazonalidade, houve um aumento no número de casos.

Kfouri acredita que o reaparecimento do vírus aconteceu por conta da flexibilização das medidas de isolamento para contenção do coronavírus. Foi a oportunidade perfeita para que doenças “adormecidas” voltassem a circular.

Os médicos alertam que, com a volta às aulas presenciais, é importante reforçar os cuidados de prevenção à Covid-19, que também servem para o VSR. Apesar de não ser grave em crianças maiores, elas podem passar para os menores em casa.

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