Médica ensina 4 maneiras de gerenciar o estresse e a ansiedade
Neurologista Ana Paula Peña Dias escreveu livro sobre as consequências da pandemia de Covid para a saúde mental
atualizado
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O número de pessoas com diagnóstico de estresse e ansiedade aumentou muito nos últimos anos. Contribui para isso as mudanças provocadas pela pandemia de Covid. Só de 2019 para 2021, a quantidade de atendimentos realizados nas unidades públicas de saúde brasileiras saltou de 142.174 para 273.917, segundo o Ministério da Saúde. De janeiro a junho de 2022, foram realizados quase 160 mil atendimentos relacionados à saúde mental.
“O estresse e a ansiedade são uma resposta natural do organismo a grandes transformações. Em alguns casos, esses sentimentos podem ser positivos, pois levam à ação. O problema é quando eles persistem”, explica a neurologista Ana Paula Peña Dias, que escreveu recentemente o livro E agora? Como ficam as emoções após a pandemia.
Caso vire rotina, os sentimentos de estresse e ansiedade podem evoluir para um quadro crônico de esgotamentos, causando prejuízos físicos – como dores de cabeça e no corpo, taquicardia, falta de ar, queda de cabelo e sono ruim – e também emocionais, como tristeza, pessimismo, pensamento acelerado e medo.
Dificuldades cognitivas, como esquecimento, falta de atenção e de concentração também podem ser causadas por estresse e ansiedade. A neurologista explica as tensões diárias precisam ser aliviadas para que não resultem em um quadro de depressão.
Veja algumas sugestões da neurologista para aliviar o estresse e a ansiedade:
1 – Aprenda a fazer pausas
Com a vida cada vez mais corrida, muita gente simplesmente não consegue fazer paradas estratégicas no dia, e emendar uma atividade na outra é ruim para a saúde mental.
“Parece que a pessoa está fazendo tudo incompleto, que está sempre em débito, isso acaba deixando-a insatisfeito e os sintomas de estresse se agravam”, explica Ana.
A neurologista alerta que é essencial dedicar alguns momentos para acalmar a mente, relaxando-a. Uma dica é programar na agenda momentos de pausa. Por exemplo: um café da tarde, de preferência, longe da mesa de trabalho e sem celular.
2 – Esteja presente
A vida agitada obriga as pessoas fazerem duas ou três coisas ao mesmo tempo. É comum estar no trabalho e resolver pendências da vida pessoal por telefone, dirigir e falar no celular ou almoçar e ver TV ao mesmo tempo. “Os estímulos são muitos e o corpo acaba por ficar esgotado”, explica a neurologista.
Para evitar que isso aconteça, uma sugestão é melhorar a gestão do tempo. A pessoa pode elencar as prioridades do dia numa agenda e definir uma ordem de importância. O ideal é não colocar muita coisas e evitar cobranças caso uma atividade ou compromisso não essencial tenha sido protelado.
3. Cuide do sono
Dormir bem é um fator fundamental para garantir boa saúde física e mental. De acordo com a neurologista, um sono ideal dura entre 6 e 8 horas e deixa sempre uma boa sensação ao acordar. Ela dá algumas dicas de como ter uma noite tranquila:
- Três horas antes de dormir, faça a última refeição do dia, de preferência ingerindo comidas leves;
- Duas horas antes, se desligue de qualquer coisa relacionada à trabalho;
- Faltando um hora para se deitar, feche todas as telas que possam estimular o cérebro;
- Tome um banho bem relaxante;
- Vá para cama e esqueça as preocupações.
4. Agrade-se
Manter uma rotina diária de exercícios físicos também é importante, pois ajuda na liberação de endorfina, serotonina e dopamina, responsáveis por estimular sensações de prazer e bem estar. Se a atividade for agradável para a pessoa, a ação dos neurotransmissores é potencializada.
Manter hábitos lúdicos como dançar, sair com amigos e comer algo que se goste, também são importantes para controlar o estresse.
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