MC Bin Laden usa remédio de disfunção erétil para malhar. Funciona?
A tadalafila, remédio para combater a disfunção erétil, é usada por algumas pessoas na academia, mas seus benefícios não são comprovados
atualizado
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O funkeiro MC Bin Laden, participante da atual edição do BBB, revelou aos seus companheiros de confinamento que faz uso de um remédio vasodilatador indicado para a disfunção erétil em sua rotina de treinamentos na academia. O cantor usa a tadalafila, que tem ação semelhante ao Viagra, para ter mais energia durante os exercícios, mas a prática é perigosa, segundo especialistas.
O personal trainer Victor Gomes, de Brasília, destaca que não existe nenhuma evidência científica que aponte para um melhor desempenho físico com o uso do remédio. “Se fosse para treino, não se chamaria Viagra”, brinca o profissional.
O nutricionista esportivo Isaac Nunes, também de Brasília, complementa: “O impacto que a substância tem na vascularização do organismo é pequeno e o remédio é feito justamente para dilatar a região íntima, que tem uma anatomia específica. No corpo, acho que não serve para nada.”
Estudos indicam uso desnecessário
Os efeitos da automedicação com substâncias vasodilatadoras para a prática de atividade física já foi estudado pela ciência e seus benefícios potenciais foram descartados. Um artigo sobre o uso de tadalafila na academia foi publicado no Brazilian Journal of Development em 2022. Segundo os médicos, sem recomendação, o remédio pode colocar em risco a integridade fisiológica do organismo.
O urologista Marco Tulio Cavalcanti, de São Paulo, orienta que o uso deste medicamento para quem não possui prescrição pode gerar uma espécie de dependência pela necessidade de uso contínuo, o que pode dificultar ereções depois da interrupção. Pode também ocorrer uma tolerância que apaga seus efeitos e obriga o usuário a tomar doses maiores.
Além disso, a tadalafila pode levar a ereções constantes que podem ser doloridas e, em raros casos, até danificar o pênis.
Outro estudo, publicado na Revista JRG de Estudos Acadêmicos em 2021, revelou que a maioria das pessoas que usavam remédios para a disfunção erétil com menos de 30 anos admitiam não sofrer com o problema. O uso era justamente para ter mais disposição sexual ou energia no dia a dia.
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