Mastigar gelo pode ser deficiência de ferro. Saiba outros sinais
O picacismo é o desejo por substâncias que não são comestíveis, como gelo, barro ou argila. Essa sensação pode indicar deficiência de ferro
atualizado
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Você sabia que a falta de ferro é uma das deficiências nutricionais mais comuns em todo o mundo? O mineral desempenha um papel crucial na produção de hemoglobina e, consequentemente, no transporte de oxigênio pelo corpo.
A endocrinologista Lorena Lima Amato, explica que, no caso de crianças, a deficiência de ferro pode levar a problemas de crescimento e dificuldades de aprendizado. Em adultos, ocorre cansaço excessivo, perda de performance, e, eventualmente, dificuldades cognitivas.
O endocrinologista Gilberto Kobashikawa, do Hospital Albert Sabin, de Brasília, enfatiza que a escassez de ferro também afeta o sistema imunológico. “Existem diversas causas para a deficiência de ferro, desde baixa ingestão alimentar até perdas anormais de sangue, complicações gastrointestinais e condições médicas específicas. Identificar precocemente os indivíduos em risco de anemia previne complicações futuras”, explica.
Alguns sinais da deficiência de ferro:
- Picacismo
Um sinal intrigante de deficiência de ferro é o picacismo, condição caracterizada pelo desejo por substâncias sem valor nutricional. Esse comportamento alimentar incomum costuma ser uma forma de o corpo sinalizar a falta de nutrientes essenciais.
Em quadros assim, a pessoa desenvolve uma compulsão por mastigar gelo, macarrão cru, arroz cru, terra, argila ou amido.
- Cansaço constante
Outro sinal da carência de ferro é um cansaço ou fadiga incomuns. Esse sintoma surge porque o corpo depende do ferro para produzir hemoglobina e, quando essa proteína está em falta, há dificuldade para transportar oxigênio para os tecidos e órgãos, levando a uma sensação persistente de exaustão.
- Frio incomum
Indivíduos com baixos níveis de ferro também podem sentir as mãos e os pés frios, mesmo que a temperatura esteja quente. Isso ocorre porque as hemoglobinas também influenciam na regulação da temperatura interna.
Os médicos reforçam que estar atento a esses sinais e sintomas é crucial para identificar o problema e realizar a reposição necessária.
Tratamento
A endocrinologista explica que o tratamento indicado vai depender do nível do déficit nutricional.
“Existem suplementações orais, endovenosas e intramusculares. Tudo depende do nível de deficiência de ferro. Se tiver mais baixo, e a gente quiser uma reposição mais rápida, mais urgente, é indicada a reposição venosa. Outro critério que a gente avalia é se a pessoa consegue absorver esse ferro via oral”, completa.
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