Máscaras não aumentam risco de intoxicação por CO2, demonstra estudo
Cientistas da Universidade de Miami desmentiram o boato de que as máscaras seriam prejudiciais à respiração
atualizado
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Uma pesquisa da Universidade de Miami, nos Estados Unidos, contradiz afirmações de que as máscaras retêm o dióxido de carbono (CO2) no rosto e, por isso, poderiam causar intoxicações nos usuários. A pesquisa foi publicada na sexta-feira (2/10) no jornal científico Annals of the American Thoracic Society.
Os pesquisadores avaliaram as mudanças no nível de oxigênio e de dióxido de carbono antes e durante o uso de máscaras em 30 pessoas. O grupo era composto por 15 indivíduos saudáveis e outros 15 com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), em que a passagem do ar pelos pulmões é obstruída de forma persistente.
Os resultados mostraram que estar ou não de máscara não afetava significativamente as trocas gasosas que ocorrem durante a respiração: tanto os níveis de oxigênio quanto de dióxido de carbono nos pacientes eram praticamente os mesmos independente da circunstância.
“É importante informar ao público que o desconforto associado ao uso da máscara não deve levar a preocupações de segurança infundadas, pois isso pode atenuar a aplicação de uma prática comprovada para melhorar a saúde pública”, destacou, em nota, Michael Campos, um dos líderes do estudo.
Os cientistas esclarecem que à sensação de falta de ar que algumas pessoas saudáveis sentem quando estão com o utensílio de proteção não está relacionada ao CO2. Eles atribuem isso a um bloqueio do fluxo de ar pela máscara, indicando que é necessário maior ventilação.