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Máscaras: até quando vamos usar o item de proteção contra Covid?

Estados Unidos voltou atrás da decisão de abolir as máscaras. Na Inglaterra, por enquanto, o uso não é mais obrigatório

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1 de 1 Frio em São Paulo - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

Na última semana, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, anunciaram que o brasileiro pode ter esperanças: em breve, o uso de máscaras não será mais obrigatório. Porém, apesar da boa notícia, epidemiologistas e infectologistas não estão confiantes de que já seja possível cogitar abandonar o item de proteção.

Nos Estados Unidos, por exemplo, o governo precisou voltar atrás da decisão de abolir as máscaras por conta da variante Delta do coronavírus – que também já está circulando no Brasil. O Reino Unido, que tem uma das maiores taxas de vacinação do mundo, derrubou a obrigatoriedade há cerca de duas semanas, e ainda monitora o cenário.

Para Gulnar Azevedo, epidemiologista integrante da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e professora do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/UERJ), é muito cedo para propor o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras no Brasil. “Depende muito da porcentagem da população adulta que já estará vacinada com as duas doses. Enquanto não tivermos a garantia de uma imunização efetiva, que abranja 75% a 80% dos brasileiros, e sem risco de novas variantes circulando, não será possível. Falar isso agora dá a sensação que a epidemia está controlada, e não é o caso”, enfatiza.

A epidemiologista explica que só quando a curva de novos casos e óbitos em decorrência da doença estiver baixa, como acontece hoje com a influenza, será completamente seguro largar as máscaras.

José David Urbaez, presidente da Sociedade de Infectologia do DF, considera “fora do senso de realidade” pensar em flexibilizar o uso de máscara com datas fixadas, como alguns gestores pretendem. “Ainda temos uma alta transmissão do vírus. A vacinação anda a passos lentos, com irregularidades no abastecimento. Falar nisso, nesse momento, quando menos de 20% da população está completamente imunizada é uma ficção de normalidade que não existe”, opina.

Gulnar ensina que o fim do uso de máscaras será uma liberdade adquirida, mas devem permanecer outras medidas de proteção que já se tornaram parte da rotina, como a higiene das mãos e o isolamento quando aparecem os primeiros sintomas da gripe. “Escolas vão precisar oferecer um espaço para lavagem de mãos aos alunos, por exemplo”, afirma a epidemiologista.

Urbaez diz que o brasileiro não deve usar máscara para sempre, mas o item de proteção fará parte da rotina de pessoas que estão com sintomas respiratórios, por exemplo, como já acontece nos países asiáticos. “Esse será um legado da pandemia”, pontua.

Saiba como o coronavírus ataca o corpo humano:

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