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Máscara de pano funciona contra variantes do coronavírus? Entenda polêmica

Médicos explicam que item de proteção tem falhas e reforçam necessidade de estratégias combinadas para evitar a transmissão da Covid-19

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91% avaliam que a máscara deve ser obrigatória enquanto a pandemia não estiver totalmente controlada
1 de 1 91% avaliam que a máscara deve ser obrigatória enquanto a pandemia não estiver totalmente controlada - Foto: Vera Davidova/Unsplash

Com o aparecimento de novas variantes mais transmissíveis do coronavírus, alguns países – como França, Alemanha e Áustria – têm pedido para suas populações providenciarem máscaras mais eficazes para evitar a contaminação. O Alto Conselho de Saúde Pública da França, por exemplo, não recomenda mais que se use produtos artesanais: segundo o órgão, é melhor optar pelos modelos cirúrgico, médico, PFF2 (conhecida como N95 no Brasil) ou de pano industrial.

Na segunda (25/1), o imunologista Anthony Fauci, responsável pela resposta do governo dos Estados Unidos à pandemia, sugeriu que a população use duas máscaras ao mesmo tempo para melhorar a filtragem do ar.

Segundo o infectologista Leandro Machado, as máscaras de tecido, chamadas de não cirúrgicas, não são tão eficientes contra o coronavírus, e foram recomendadas em um momento em que não havia a possibilidade de equipar toda a população com versões profissionais do item – e em um cenário que se contava com o distanciamento social.

De acordo com ele, em um panorama em que a população já abandonou a recomendação de manter a distância e voltou às atividades normais, o uso das máscaras de pano já não é suficiente.

“Para uma variante que se transmite com maior facilidade, a máscara de pano, que já não era um equipamento ideal, se torna ainda mais obsoleta”, afirma o médico.

Infectologista e professora do Centro Universitário de Brasília (Ceub), Joana D’Arc explica que a máscara cirúrgica é mais protetora, dura mais tempo antes de precisar ser trocada, mas, mesmo com ela, o comportamento de exposição, aglomeração e festas que tem sido observado entre os brasileiros facilita a transmissão da variante.

“A máscara caseira é uma ferramenta que não é ideal, tem várias falhas, há dificuldade na hora de higienizar, ninguém lembra de trocar a cada três horas. O ideal era juntar com outras medidas, como distanciamento social e higiene das mãos. Mesmo assim, cumprindo tudo direitinho, o risco de transmissão é alto”, diz.

É factível pedir para o brasileiro mudar de máscara?

Os dois médicos discordam sobre a possibilidade de trocar as máscaras de toda a população brasileira. Para Joana, não há condições de garantir que todos usem as melhores máscaras. “Não temos nem recurso econômico nem mercado que possa abastecer a população inteira”, afirma.

Já Leandro conta que, em outros países, como a Coreia do Sul e a Indonésia, as máscaras de pano foram proibidas no transporte público, e a população deve usar a PFF2 (N95). Para o infectologista, foi assim que se conseguiu controlar a transmissão e diminuir o número de mortes nesses locais. No Brasil, ele diz que para garantir o item de proteção para todos, o governo precisaria investir na indústria. “O produto não está mais faltando no mercado, e tanto a União quanto os estados precisam investir na aquisição. A infecção não vai acabar agora”, sugere.

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Máscara cirúrgica: feita de TNT, é a segunda melhor opção. Um estudo de 2013 descobriu que esse modelo é três vezes mais eficaz para conter aerossóis do que a máscara feita em casa. Uma pesquisa de abril de 2020 mostrou que esse modelo reduz a transmissão de vários tipos de coronavírus. A máscara cirúrgica é recomendada principalmente para profissionais de saúde
Máscara de três tecidos diferentes: é a recomendada pela OMS para uso da população em geral. O ideal é que seja feita com duas camadas de algodão com mais de 600 fios e uma de seda, chiffon ou flanela, por exemplo. Algumas pesquisas mostram que essa combinação pode ser até mais eficiente do que a máscara cirúrgica
Com filtro de aspirador de pó: o material usado no eletrodoméstico pode ser encaixado em uma máscara comum, de tecido. Segundo um estudo do Jornal de Infecção Hospitalar, essa mistura diminui o risco de contaminação em 83%
Enrolar um lenço ou camiseta no rosto: é melhor do que nada, mas não é o ideal. Uma camada de algodão com 80 fios é uma das maneiras menos efetivas de bloquear o coronavírus. O mesmo estudo do aspirador de pó afirma que essa opção diminui em 44% o risco de contaminação
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Máscara N95: é a opção mais recomendada, principalmente para profissionais de saúde. As fibras da máscara são unidas, há um filtro para conter patógenos e ela se encaixa perfeitamente no rosto. Segundo pesquisas, ela tem pelo menos 95% de eficiência. Porém, como a demanda pelo modelo tem sido muito alta, a recomendação é que a população evite comprá-la e deixe para os profissionais de saúde, que estão mais expostos ao vírus

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Máscara cirúrgica: feita de TNT, é a segunda melhor opção. Um estudo de 2013 descobriu que esse modelo é três vezes mais eficaz para conter aerossóis do que a máscara feita em casa. Uma pesquisa de abril de 2020 mostrou que esse modelo reduz a transmissão de vários tipos de coronavírus. A máscara cirúrgica é recomendada principalmente para profissionais de saúde

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Máscara de três tecidos diferentes: é a recomendada pela OMS para uso da população em geral. O ideal é que seja feita com duas camadas de algodão com mais de 600 fios e uma de seda, chiffon ou flanela, por exemplo. Algumas pesquisas mostram que essa combinação pode ser até mais eficiente do que a máscara cirúrgica

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Com filtro de aspirador de pó: o material usado no eletrodoméstico pode ser encaixado em uma máscara comum, de tecido. Segundo um estudo do Jornal de Infecção Hospitalar, essa mistura diminui o risco de contaminação em 83%

Nipitphon Na Chiangmai/ EyeEm/Getty Images
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Enrolar um lenço ou camiseta no rosto: é melhor do que nada, mas não é o ideal. Uma camada de algodão com 80 fios é uma das maneiras menos efetivas de bloquear o coronavírus. O mesmo estudo do aspirador de pó afirma que essa opção diminui em 44% o risco de contaminação

Tanush Pasupuleti/ EyeEm/Getty Images

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