Quer manter o peso? Cientistas propõem consumo de larvas como proteína
Pesquisadores da Universidade de Illinois descobriram que larva-da-farinha pode retardar o ganho de peso e aumentar a imunidade
atualizado
Compartilhar notícia
Pesquisadores da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, nos Estados Unidos, descobriram uma nova fonte de proteína alternativa à carne capaz de retardar o ganho de peso e aumentar a imunidade. Mas o alimento é, no mínimo, controverso: a larva-da-farinha.
Um estudo feito com camundongos mostrou que o consumo do inseto associado a dietas ricas em gordura pode retardar o ganho de peso, melhorar a resposta imune, reduzir a inflamação do corpo, aumentar o metabolismo e melhorar as taxas de colesterol. A conclusão foi publicada em junho, na revista científica Journal of Nutrition.
“Sabíamos de um estudo anterior em galos que as larvas-da-farinha são uma fonte de proteína altamente digerível e de alta qualidade que também é ambientalmente sustentável”, afirma o principal autor do estudo, Kelly Swanson.
O pesquisador reconhece que pode ser difícil aceitar o consumo de insetos, mas lembra que eles não devem afetar negativamente o sabor dos alimentos, já que são consumidos de forma triturada.
“Existe um ‘fator nojento’ para muitos nas sociedades ocidentais, mas você não está vendo pernas ou algo assim. É apenas uma farinha que não deve afetar negativamente o sabor ou outras propriedades dos alimentos”, pondera Swanson.
Estudo com camundongos
Para o novo estudo, os pesquisadores alimentaram camundongos com uma dieta rica em gordura e com caseína, uma proteína do leite, ao longo de 12 semanas. Os cientistas mantiveram um grupo de controle, com roedores consumindo uma dieta magra com caseína.
Em seguida, as larvas-da-farinha foram acrescentadas nas dietas de ambos os grupos, substituindo 50% ou 100% do consumo da caseína. A esta altura, os camundongos da dieta rica em gordura estavam obesos e sofriam de síndrome metabólica. As condições aumentam o risco de diabetes, derrame, ataque cardíaco e outros problemas de saúde.
Ao longo das oito semanas seguintes, os pesquisadores mediram o peso e a composição corporal, os metabólitos sanguíneos e a expressão gênica do fígado e do tecido adiposo (gordura) dos animais.
Os dados mostraram que a proteína da larva-da-farinha não levou à perda de peso, mas fez com que os camundongos obesos que fizeram mais uso dela tivessem uma taxa de ganho de peso menor em relação aos demais.
Além disso, eles tiveram melhora nos perfis lipídicos no sangue. O LDL, conhecido como colesterol ruim, diminuiu, e o HDL, o colesterol bom, aumentou. Do ponto de vista da expressão gênica, a inflamação diminuiu e alguns dos genes do metabolismo de lipídios e glicose foram alterados. “Metabolicamente, eles estavam em um lugar melhor”, explica Swanson.
Os pesquisadores acreditam que os ganhos podem estar relacionados à quitina, um composto fibroso presente no exoesqueleto dos insetos. Ele parece agir como uma fibra, estimulando a atividade microbiana no intestino.
Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.