Maneira como o corpo reage à Covid-19 pode prever gravidade da doença
Estudo publicado na Nature foi realizado por pesquisadores das Universidades de Yale e Rockefeller e tem brasileiros na equipe
atualizado
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A reação inicial do organismo à infecção provocada pelo coronavírus pode prever a maneira como a doença vai se desenvolver, de acordo com um estudo publicado na revista Nature, na segunda-feira (28/7). A pesquisa das universidades americanas de Yale e Rockefeller, liderada por autores brasileiros, mostra que por volta do nono dia de infecção é possível verificar se o quadro se agravará ou melhorará.
Foram analisados exames de sangue de 113 pacientes hospitalizados em quadro moderado e grave de Covid-19. Segundo Carolina Lucas, uma das autoras do estudo, a quantidade de vírus no corpo é um dos motivos por que a doença pode ficar mais grave, mas a disfunção da resposta imune também deve ser levada em conta.
“A gente conseguiu observar alguns fatores inflamatórios que poderiam ser um indicativo de futura severidade. A pessoa não tem um quadro severo, mas pode desenvolver severidade por causa desses fatores exacerbados da inflamação”, diz Tiago Castro, também responsável pela pesquisa, ao G1.
Em alguns pacientes, as citocinas – substâncias ligadas ao sistema imunológico que, descontroladas, estão entre as possíveis razões de piora no quadro por incentivarem a inflamação – aumentaram entre os dias 9 e 12 da infecção, pouco depois do pico viral. O monitoramento dessa reação seria importante para prever se a infecção irá se tornar mais grave ou não.
A ideia é que, com os exames em mãos, os médicos sejam capazes de prever a piora clínica e administrar medicamentos para controlar a resposta do sistema imune a tempo de evitar a evolução do quadro.