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Mamografia deve começar aos 40, diz órgão de saúde americano

Nova orientação substitui indicação anterior que defendia início dos exames bienais somente aos 50 anos

atualizado

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Todas as mulheres a partir dos 40 anos devem fazer mamografia a cada dois anos para detectar possível câncer de mama, em vez de somente a partir dos 50 anos, alertou nesta terça-feira (9/5) um influente órgão de saúde americano. A nova recomendação é uma medida simples que, segundo os especialistas, pode salvar milhares de vidas.

O câncer de mama é o segundo tipo mais frequente da doença e a segunda causa mais comum de morte por câncer em mulheres nos Estados Unidos, matando cerca de 42 mil mulheres e 500 homens por ano, segundo dados oficiais. As mulheres negras têm 40% mais chances de morrer do que as mulheres brancas.

Segundo a Força-Tarefa de Serviços Preventivos (USPSTF, na sigla em inglês), um grupo de especialistas independentes nomeados pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos do governo americano, a nova orientação pode evitar cerca de um quinto das mortes associadas ao câncer de mama.

Uma ciência “mais moderna e inclusiva”

A nova posição reverte uma indicação anterior feita em 2009 que aconselhava o início das triagens bienais somente aos 50 anos, a menos que as pacientes e seus médicos decidam que a triagem precoce é apropriada.

O protocolo adotado no Brasil recomenda que a rotina de exames para rastreamento de câncer comece aos 45 anos, sendo realizada uma vez por ano. A partir dos 55 anos, as mamografias podem ser repetidas de dois em dois anos, caso não haja sintomas.

Naquela época, os benefícios da mamografia em mulheres na faixa dos 40 anos eram pequenos, aponta Carol Mangione, ex-diretora do USPSTF e atual chefe do Departamento de Medicina da Escola de Medicina David Geffen, na Universidade da Califórnia, especialmente se comparados com os danos potenciais. Entre eles, estariam, por exemplo, resultados falso-positivos, que levam a biópsias desnecessárias e, às vezes, a diagnósticos equivocados de câncer de mama.

“Muitas coisas mudaram desde então”, afirma Carol, citando o aumento nas taxas de câncer de mama em mulheres mais jovens, os avanços da mamografia digital e o desenvolvimento de melhores tratamentos.

“Uma ciência mais moderna e inclusiva sobre o câncer de mama em pessoas com menos de 50 anos nos permitiu expandir nossa recomendação anterior e encorajar todas as mulheres a serem examinadas a cada dois anos a partir dos 40 anos”, disse a força-tarefa em comunicado.

Para quem vale a nova recomendação

Segundo o USPSTF, o benefício seria ainda maior para as mulheres negras, que geralmente têm câncer de mama mais agressivo e piores índices de sobrevida.

A recomendação do painel se aplica a mulheres cisgênero e pessoas designadas como mulheres no nascimento com risco médio de câncer de mama, incluindo aquelas com histórico familiar de câncer de mama e outros fatores de risco, como mamas densas.

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