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Mulher supera endometriose e colo do útero curto e se torna mãe aos 47

A publicitária Hosana Galvão passou por diversos tratamentos, incluindo uma cirurgia do útero, durante a gestação de Hanna, hoje com 6 meses

atualizado

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Arquivo pessoal/ Imagem cedida ao Metrópoles
Mulher toca em bebê após parto, em maternidade - Metrópoles
1 de 1 Mulher toca em bebê após parto, em maternidade - Metrópoles - Foto: Arquivo pessoal/ Imagem cedida ao Metrópoles

Durante 15 anos, a publicitária Hosana Galvão tentou ser mãe. Ao longo desse período, ela recebeu os diagnósticos de endometriose profunda, mioma uterino e colo do útero curto, resultando em três abortos espontâneos. Mas aos 47 anos, com a ajuda da medicina e os avanços da tecnologia, ela conseguiu realizar este sonho.

Hosana foi diagnosticada com endometriose profunda em 2008, aos 33 anos, quando o quadro já era bastante avançado. A condição obstruiu as trompas e causou problemas nos ovários e útero, levando à perda do primeiro bebê.

“Eu estava grávida quando comecei a sentir muitas dores e acabei perdendo o bebê. Quando investigamos, descobri que estava com endometriose”, recorda.

Aos 40 anos, a publicitária decidiu que voltaria a tentar engravidar. “Acho que tive uma crise de meia-idade e percebi que tinha deixado muito tempo passar. Em 2008, eu ainda era nova e tinha esperança que conseguiria, mas o tempo passa e você não percebe”, afirma.

 

Colo do útero curto

Foi um processo longo – com uma porção de tratamentos para a endometriose – e doloroso, com outros dois abortos espontâneos. O último deles aconteceu em 2021, devido a uma incompetência istmo-cervical: durante uma ecografia de rotina na 19ª semana de gestação, o exame mostrou que o colo do útero de Hosana estava aberto, representando um risco alto de aborto.

“Eu estava muito feliz e aquela notícia foi um baque. Nós já tínhamos atravessado a metade da gestação, estávamos na expectativa pelo bebê, tínhamos contado para todo mundo. Até então, eu nunca tinha ouvido falar sobre incompetência istmo-cervical. Alguns problemas você só descobre quando vivencia”, recorda, emocionada.

A incompetência istmo-cervical leva ao parto prematuro, geralmente durante o segundo trimestre de gravidez. Quando é descoberta com a gestação avançada, a mulher precisa ficar em repouso quase que absoluto, a depender do quadro. Foi o caso de Hosana, que ficou internada para tentar segurar o bebê.

“Eu não podia sentar nem para comer. Dá uma angústia porque todas as necessidades precisam ser feitas deitada. Eu fiquei completamente abalada emocionalmente, com medo de perder o bebê. Foi uma fase ruim, mas eu ainda estava esperançosa”, conta. Hosana ficou internada por uma semana, mas acabou sofrendo o aborto.

Nova tentativa

A publicitária passou por nova rodada de tratamentos para a endometriose e terapias hormonais complementares para ajudar o corpo a responder e possibilitar uma nova gestação. Sabendo do histórico de colo do útero curto, os médicos recomendaram que a publicitária fizesse uma cerclagem uterina.

Foto de mulher segurando bebê - Metrópoles
Hanna nasceu saudável, com 37 semanas de gestação

O procedimento é indicado para mulheres com histórico de perdas gestacionais ou partos prematuros devido a fragilidades do colo do útero, como dilatação indolor ou colo do útero curto – com menos de 25 milímetros antes das 24 semanas da gravidez.

De acordo com o médico Breno César de Abreu Sena, ginecologista e cirurgião da Maternidade Brasília, “a cerclagem é o procedimento mais efetivo para o tratamento da incompetência istmo-cervical. Nela, fazemos uma contenção mecânica, de forma a costurar o colo do útero com um fio inabsorvível para conter a dilatação do colo”, explica Sena, responsável pela cirurgia de Hosana.

O sucesso do procedimento depende de uma combinação de fatores, incluindo a indicação médica, experiência do cirurgião, comprimento cervical e a idade gestacional em que é feito. “Quanto maior é o comprimento cervical, menor a idade gestacional e mais indicado é o procedimento. Nesses casos, a taxa de sucesso se aproxima muito do exito máximo, que é evitar a prematuridade, passando das 37 semanas”, afirma o ginecologista.

Na maioria dos casos, o procedimento possibilita que a mulher tenha uma vida normal durante a gestação, desempenhando as atividades habituais, trabalhando e com vida sexual ativa.

O procedimento deve ser realizado no segundo trimestre de gestação, entre a 14ª e 16ª semanas, quando o colo ainda não afinou tanto, facilitando a sutura. No caso de Hosana, a cirurgia foi feita na 12ª semana, após exames mostrarem que seu colo já havia encurtado demais.

“Eu levei um susto, porque esperava fazer a cerclagem mais para frente. Quando você sofre várias perdas, fica apreensiva. Além disso, eu tinha 47 anos, já é uma idade muito avançada, e estava cheia de cicatrizes no útero por causa dos abortos anteriores e problemas na placenta”, lembra Hosana.

O procedimento e o repouso ao longo das semanas seguintes possibilitaram que ela seguisse com a gestação até a 37ª semana e desse à luz Hanna.

A menina nasceu saudável e completa 6 meses neste domingo (20/8). “Ela é a alegria das nossas vidas. É linda, saudável, uma criança feliz. Foi um diagnóstico triste mas, com bons profissionais, conseguimos o sucesso”, afirma Hosana.

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