Mãe aos 45 anos: “Tinha 1% de chance de engravidar e consegui”
Antes de ganhar Valentina, Leila Barreto Ornelas passou por duas fertilizações que não deram certo. Quando desistiu, engravidou naturalmente
atualizado
Compartilhar notícia
Valentina é como um milagre na vida da advogada Leila Barreto Ornelas, de 46 anos. A menina nasceu em 18 de fevereiro de 2018, realizando o sonho da maternidade que, de tão acalantado por Leila, parecia até impossível. “É a maior bênção que recebi na minha vida, um presente de Deus”, afirma.
A advogada engravidou naturalmente aos 45 anos de idade, um fato surpreendente, visto que, de acordo com a literatura médica, neste período da vida as chances de uma mulher conseguir ficar grávida sem passar por fertilização artificial são de menos de 1%.
“A partir dos 40 anos, o período reprodutivo feminino está praticamente no final. A fertilização natural se torna muito rara porque existem poucos óvulos disponíveis”, explica a médica Renata Franco, especializada em gestantes de alto risco, que acompanhou a gravidez de Leila.
Tentativas
Ela e o marido, Maurício Albernaz Golebiowski, 41, vinham tentando ser pais desde que se casaram, em 2008, e chegaram a realizar duas fertilizações in vitro que não deram certo. Ao todo, o tratamento custou cerca de R$ 50 mil.
De acordo com Leila, os embriões não nidavam no útero dela e eram expelidos naturalmente poucos dias depois de serem implantados. “O processo foi todo muito doloroso, mas eu não queria desistir da maternidade”, conta.
Depois das tentativas de reprodução assistida frustradas, o casal se inscreveu na fila da adoção da Justiça, mas, até a gravidez de Valentina, os dois não tinham sido chamados.
Enfim, grávida
A maneira como Leila descobriu a gestação foi inusitada. Aos 3 meses de gravidez, ela ainda não sabia, tinha sangramentos que julgava serem a menstruação e, seguindo uma recomendação médica, se submeteu a uma cirurgia para retirada da vesícula.
Cerca de um mês depois do procedimento, voltou para o acompanhamento com seu médico de confiança, o endocrinologista Flávio Cadegiani. “Quando ele viu meus exames disse que os meus hormônios estavam tão elevados que eram compatíveis com uma gravidez de gêmeos”, conta, divertida.
Após a surpresa, veio uma preocupação que acomete todas as mulheres que adiam a maternidade para depois dos 40. O risco de a criança nascer com algum problema genético. Algumas síndromes – como, por exemplo, a Síndrome de Down, de Edwards e de Patau – são comuns em filhos de gestações tardias por conta da maior proporção de óvulos com alterações genéticas.
Para tranquilizar a paciente, a médica sugeriu que ela fizesse um exame chamado NIPT, que é uma espécie de rastreamento genético feito a partir de células fetais. Na ocasião, o material recolhido foi enviado para a Espanha e, 15 dias depois, Leila recebeu o resultado de que tudo estava bem, acompanhado da notícia de que esperava uma menina. “Foi um momento muito emocionante, uma segunda benção de Deus”, relata a advogada, que é evangélica e frequenta a igreja Sara Nossa Terra.
A médica Renata Franco conta que a boa saúde de Leila e a rotina de exercícios e alimentação controlada que ela sempre manteve foram fundamentais para que a gestação seguisse com tranquilidade. “Ela sempre foi disciplinada, o que torna as coisas menos complicadas”
Dia das Mães
Este será o segundo Dia das Mães de Leila. Para comemorar, ela pretende passar o domingo na casa dos pais. Lá, Valentina é tratada como rainha pelos avós, tios e primos. O primo caçula tem 24 anos a mais do que a linda menina, mas, em compensação, ela tem a companhia de um sobrinho neto de Leila, Lucas, que tem 1 ano e dez meses.
A advogada tem um perfil no instagram (@gravidaaos45) no qual apresenta a rotina da família e as alegrias da maternidade. Ultimamente, vem sendo procurada por mulheres que, como ela, sonham em ser mães, mas estão tendo dificuldades para engravidar. Para elas, a mãe de Valentina dá o recado: “Tenham fé, acreditem. Na hora certa, Deus lhes abençoará”.