Loló, cocaína e suco de gato preto. Confira “curas” bizarras para Covid-19
Mensagens falsas propondo soluções mágicas estão se espalhando rapidamente e representam um perigo à saúde das pessoas e animais
atualizado
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O mundo está assustado com a pandemia do novo coronavírus, à espera da comprovação de que um medicamento seja capaz de controlar os casos de Covid-19. Enquanto a cura não chega, as redes sociais são inundadas de fake news com tratamentos mirabolantes.
Vale lembrar que, até o momento, não há nenhum medicamento, substância, vitamina, alimento específico ou vacina que possa prevenir a infecção pelo coronavírus, segundo o Ministério da Saúde. Frequentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) desmente boatos deste tipo. Confira os mais bizarros.
- Cura com entorpecentes
Durante o carnaval, com o surgimento dos primeiros casos de Covid-19 no Brasil, circulou nas redes sociais uma mensagem de áudio sugerindo que o loló – droga à base de clorofórmio e éter – seria a solução para a doença. Na mesma época, apareceu outra mensagem indicando o uso de cocaína. - Chá de erva-doce
Circulou no Facebook e em grupos de WhatsApp uma suposta recomendação do diretor do Hospital das Clínicas, da Universidade de São Paulo, de tratamento da doença com chá de erva-doce. O boato foi desmentido em seguida pela assessoria do hospital, que afirmou não existir “qualquer estudo relacionado a este tipo de informação”. - Suco de gato preto
O movimento No to dog meat, de apoio à defesa dos animais, denunciou a produção de um suco e de uma pasta feitos à base de gatos pretos que estavam sendo vendidos como elixir para a cura e imunização do vírus em Hanói, capital do Vietnã.A ativista dos direitos animais, Julia de Cadenet, disse que os animais eram descascados e cozidos antes de serem transformados em pasta e vendidos como remédio para combater a Covid-19. Segundo ela, um vídeo mostrou uma fileiras de gatos secando ao sol após serem abatidos. O conteúdo “angustiante” fez o sangue dela “gelar”. - Feijão de R$ 1 mil
Em campanha na internet, o pastor Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial, anunciou a venda de sementes de feijão branco com o escrito “Sê tu uma benção”, para semear a “cura do coronavírus”.A semente é vendida por R$ 100, R$ 500 ou R$ 1 mil. “Você vai plantar uma semente para a obra de Deus. Estamos convocando empresários, comerciantes, fazendeiros, empreendedores, para plantar uma semente generosa, uma semente grande na obra de Deus. Essa semente menorzinha que você vai plantar é de R$ 100 e a maior não tem limite”, diz o religioso em gravação. - Injeção de alvejante
Depois que uma pesquisa realizada no laboratório de biossegurança do Exército em Fort Detrick, em Maryland, mostrou que o coronavírus pode ser neutralizado em superfícies não porosas por desinfetantes ou exposição prolongada à luz solar, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu em coletiva de imprensa, em abril, que os médicos deveriam avaliar a injeção de produtos de limpeza doméstica, como alvejante e álcool isopropílico, em pacientes com a Covid-19. A sugestão do presidente fez aumentar o número de chamadas de emergência com pedido de socorro após a ingestão de desinfetantes em Nova York. - Polivitamínicos
A dona de uma farmácia de Curitiba (PR) anunciou a venda de um polivitamínico milagroso, capaz de prevenir os clientes do novo coronavírus. O tratamento completo, de três meses, estava na promoção, de R$ 90 por R$ 79,99. Ela foi autuada pela Polícia Civil.Um homem que se diz médico gravou um vídeo com a recomendação de um “imunoshot” com altas doses injetáveis de vitaminas D e C e aminoácidos. Ele afirma que a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) preconiza o reforço de imunidade como a única estratégia preventiva à infecção. A SBI negou a recomendação.
O infectologista e diretor científico da Sociedade de Infectologia do DF, José David Urbaez, alerta que saídas “milagrosas”, muitas vezes colocam em risco a saúde das pessoas. “São informações absolutamente descabidas e o melhor é não repassá-las”.
As recomendações de prevenção ao vírus são: lavar as mãos com frequência, com água e sabão, ou higieniza-las com álcool em gel 70%; usar máscaras de tecido ou cobrir nariz e boca com lenço ou com o braço quando tossir ou espirrar; manter o distanciamento social de pessoas resfriadas ou que estejam com sintomas parecidos com os da gripe; evite tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas; não compartilhar objetos de uso pessoal e manter os ambientes ventilados.