Litopedia: entenda caso do feto que ficou calcificado no corpo da mãe
O “bebê de pedra” é um caso raro de gestação ectópica, quando óvulo fertilizado fica implantado fora do útero e feto é recoberto por cálcio
atualizado
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Um caso raro de litopedia, popularmente conhecido como “bebê de pedra”, foi diagnosticado na rede pública de saúde de Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul.
Uma idosa, de 86 anos, ao passar mal com fortes dores na barriga, deu entrada em um hospital da cidade. Após exames de imagem, a equipe médica descobriu que ela carregava um feto calcificado em seu corpo.
A litopedia é consequência de uma gestação ectópica, quando o óvulo fertilizado é implantado fora do útero. A gravidez ectópica sempre evolui para a morte do feto e, em casos raros, pode haver a calcificação.
Em situações assim, para proteger a mãe de uma infecção, o sistema imunológico reconhece o feto como um corpo estranho e faz uma película protetora de cálcio em torno dele.
Caso de Ponta Porã
No dia 14 de março, por meio de uma tomografia, os médicos descobriram a calcificação no corpo da paciente e fizeram uma cirurgia para a retirada do “bebê de pedra”. A idosa não resistiu e faleceu no dia seguinte.
Ao G1, o secretário municipal de saúde de Ponta Porã, Patrick Dezir, explicou que a paciente morreu em decorrência de um quadro grave de infecção generalizada.
Outros casos
Médicos do Hospital de Aeronáutica do Rio de janeira se depararam com um caso semelhante de litopedia e o relataram em uma revista científica em 2019. De acordo com eles, os “bebês de pedra” são raríssimos, há apenas 330 casos assim descritos no mundo. A incidência estimada é de um “bebê de pedra” para 0,0054% das gestações.
O “bebê de pedra” pode não ser detectado por décadas e pode causar uma variedade de complicações, como feridas, aderências ou massas no abdômen. Na maioria dos casos, o feto calcificado é identificado antes por uma radiografia abdominal.
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