1 de 1 Imagem colorida de jovem dirigindo enquanto fuma tipo de cigarro eletrônico - Metrópoles
- Foto: sestovic
Desde que se popularizou, o cigarro eletrônico, também conhecido como vape, tem sido associado a diversas consequências, como vício e doenças respiratórias. Segundo o dentista cosmético Stewart Beggs, do Reino Unido, o usuário ainda deve se preocupar com mais um problema decorrente do dispositivo: a chamada língua de vape.
“Língua de vape é quando você começa a perder seu paladar de tanto fumar. As altas quantidades de nicotina e as essências com sabores exóticos resscam extremamente a boca e tiram a capacidade de sentir gosto”, alerta o dentista no seu perfil de TikTok.
Apesar do design atrativo e de parecer inofensivo, o cigarro eletrônico é tão nocivo quanto a opção tradicional. Segundo dois estudos correlatos, publicados na revista científica Arteriosclerosis Thrombosis and Vascular Biology (ATVB), o uso dos dispositivos está relacionado com maior risco de hipertensão e a doença arterial coronariana.
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Cada vez mais popular no Brasil, o vape, cigarro eletrônico ou e-cigarrette tem se tornado um verdadeiro fenômeno entre os jovens. O produto, geralmente, tem aparência semelhante a de um cigarro comum, mas também pode ser encontrado em formato de pen drive ou caneta
Martina Paraninfi/Getty Images
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Em uma embalagem colorida, com sabores diferentes, sem o cheiro ruim do cigarro tradicional e com uma grande quantidade de fumaça, os produtos são muito comuns, especialmente, entre pessoas de 18 a 24 anos, apesar de serem proibidos no Brasil
Leonardo De La Cuesta/Getty Images
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No geral, o produto é composto por bateria, atomizador, microprocessador, lâmpada LED e cartucho de nicotina líquida. Esses mecanismos são responsáveis por aquecer o líquido que produz o vapor inalado pelos usuários
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Apesar de serem bastante usados no mundo inteiro e, inicialmente, tenham sido introduzidos no comércio como uma alternativa para os cigarros comuns, os vapes são perigosos para a saúde, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM)
Martina Paraninfi/Getty Images
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Os médicos afirmam que os cigarros eletrônicos são “uma ameaça à saúde pública” e oferecem ainda mais riscos do que os cigarros comuns, além de serem porta de entrada dos jovens no mundo da nicotina
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Esses especialistas afirmam que o filamento de metal que aquece o líquido é composto de metais pesados que acabam sendo inalados, como o níquel, substância cancerígena
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Ainda segundo os especialistas, o líquido produzido pelo cigarro eletrônico tem pelo menos 80 substâncias químicas consideradas perigosas e responsáveis por reforçar a dependência na nicotina
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Além disso, o uso diário de cigarros eletrônicos causa estado inflamatório em vários órgãos do organismo, incluindo o cérebro. Novas pesquisas indicam que a utilização também pode desregular alguns genes e fazer com que o usuário desenvolva uma condição chamada EVALE, lesão causada pelo produto nos pulmões
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O neurologista Wanderley Cerqueira, do Hospital Albert Einstein, explica que os efeitos no usuário variam dependendo da nicotina e dos sabores líquidos, que influenciam a forma como o corpo responde às infecções. Segundo ele, vapes de menta, por exemplo, deixam as pessoas mais sensíveis aos efeitos da pneumonia bacteriana do que outros aromatizantes
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O especialista alerta que as células imunológicas parecem ser desativadas à medida que os pulmões são continuamente encharcados com produtos químicos. Esse processo enfraquece as defesas do organismo contra ameaças como pneumonia ou câncer
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Ainda segundo o médico, mesmo os vapes sem sabor são perigosos. Isso porque eles possuem outros aditivos químicos em sua composição, como propilenoglicol, glicerina, formaldeído e a própria nicotina, que causa câncer
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Uma pesquisa da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, encontrou níveis perigosos de toxinas em produtos usados para conferir sensação mentolada em cigarros eletrônicos. Foram verificados problemas em várias marcas dessas substâncias mas, principalmente, na Puffbar, uma das mais populares do mundo
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Os cientistas encontraram níveis das toxinas WS-3 e WS-23 acima dos considerados seguros pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no fluido do produto. Dos 25 líquidos analisados, 24 tinham WS-3, por exemplo
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As substâncias são usadas em aditivos alimentícios para dar o “frescor” do mentolado sem o sabor de menta, mas não devem ser inaladas. Elas são encontradas também em produtos nos sabores de manga ou baunilha
Daniel Cabajewski / EyeEm/Getty Images
Algumas essências de vape possuem ainda adição de açúcar, substância que causa, além de condições de saúde no corpo inteiro, cáries e doenças gengivais. Um estudo constatou que 79% das pessoas que usavam cigarros eletrônicos tinham alto risco de desenvolver problemas dentários.
Língua de vape
Beggs afirma que a língua de vape pode ser revertida. “A primeira ação é parar de fumar ou reduzir significativamente o uso. É importante também se hidratar e praticar a higiene adequada dos dentes”, aconselha o dentista.
Caso seja difícil de controlar o hábito, algumas dicas para abandonar o cigarro são:
Estipule uma data. Não pare de uma vez e marque um dia para deixar de usar;
Pratique exercícios físicos regularmente, que liberam endorfina, hormônio relacionado ao prazer;
Evite ambientes onde outras pessoas fumam;
Beba bastante água;
Em caso de recaída, não desista e comece novamente;
Busque apoio médico e familiar;
Tenha noção dos malefícios de fumar;
Lembre que sintomas de abstinência duram apenas 5 minutos. Eles passam;
Mastique balinhas de menta;
Faça terapia de grupo.
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