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Recomeços: “Transplante de medula foi presente de Natal”, diz paciente

Antônia Mesquita, 73 anos, passou por um transplante de medula óssea para tratar uma recidiva de linfoma não Hodgkin e teve sucesso em 2023

atualizado

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1 de 1 Montagem com três fotos de mulher - Metrópoles - Foto: Montagem/Acervo Pessoal

A chegada de 2024 é aguardada com imensa ansiedade por Antônia de Souza Mesquita, 73 anos. Há três meses, a cearense passou por um transplante de medula óssea para tratar uma recidiva de câncer do tipo linfoma não Hodgkin.

A confirmação do sucesso do procedimento foi recebida por ela e pela família como o melhor presente de Natal possível. O transplante é delicado e requer cuidados especiais com a saúde, como o isolamento social por um período para prevenir infecções em um momento em que o sistema imunológico está fragilizado.

Por isso, a dona de casa que mora em Águas Lindas de Goiás precisou passar as comemorações de Natal sozinha, longe da família. Para 2024, ela espera poder abraçar os dois filhos, o marido e todos os irmãos que torcem pela sua recuperação.

“Foi difícil passar o Natal reclusa, mas estou aguentando pela minha saúde. Tenho que me resguardar até o dia que a médica disser que já posso sair de casa”, afirma, confiante da breve recuperação.

Antônia fica muito emocionada ao refletir sobre o que quer para o próximo ano, depois de um 2023 cheio de atribulações. “Para 2024, espero que Deus me dê saúde. Que eu possa abraçar todo mundo, é a coisa que mais me faz falta. No próximo ano, quero poder fazer tudo isso, sair de casa a hora que eu quiser”, conta, às lágrimas.

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A cearense foi diagnosticada com câncer do tipo linfoma não Hodgkin
Antônia espera por um 2024 de recomeço, com a família
Antônia e a médica  onco-hematologista Andresa Melo
Ivan de Souza Mesquita e a mãe, Antônia
Antônia e o filho João no dia no dia de consultas
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Antônia de Souza Mesquita segura orgulhosa o certificado do transplante de medula óssea

Antônia Mesquita/ Arquivo pessoal
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A cearense foi diagnosticada com câncer do tipo linfoma não Hodgkin

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Antônia espera por um 2024 de recomeço, com a família

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Antônia e a médica onco-hematologista Andresa Melo

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Ivan de Souza Mesquita e a mãe, Antônia

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Antônia e o filho João no dia no dia de consultas

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Antônia contou com os cuidados da irmã Selina (de máscara)

Antônia Mesquita/ Arquivo pessoal

Diagnóstico de linfoma não Hodgkin

Antônia foi diagnosticada com câncer do tipo linfoma não Hodgkin (LNH) em 2020, após sentir um desconforto na garganta. “Parecia que eu tinha uma coisa na garganta. Mesmo se tossisse ou tentasse engolir, ela não subia nem descia. Era como se estivesse entalada”, recorda. Com a progressão do quadro, a voz da cearense ficou cada vez mais fraca, dificultando a comunicação.

Uma médica otorrinolaringologista percebeu que as amígdalas da cearense estavam escurecidas e a encaminhou para fazer novos exames, que constataram o câncer.

O linfoma não Hodgkin (LNH) é um tipo de câncer que tem origem nas células do sistema linfático (que faz parte do sistema imunológico) e se espalha de maneira não ordenada. Como o tecido linfático é encontrado em todo o corpo, o linfoma pode começar em qualquer lugar, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca).

Antônia foi submetida a sete sessões de quimioterapia. Durante o tratamento, a dona de casa desenvolveu lesões na boca que a impossibilitaram de ingerir qualquer alimento e até mesmo beber líquidos, devido ao grau de incômodo. Sem conseguir se alimentar, a idosa perdeu oito quilos em nove dias.

O problema foi provocado por uma farmacodermia, uma reação na pele e nas mucosas desencadeada por um dos medicamentos usados no tratamento. Ainda assim, ela enfrentou todo o processo com fé e positividade, conta o filho Ivan de Sousa Mesquita, 50 anos.

Ao final das sessões, Antônia apresentou uma resposta muito positiva à investida, e seguiu em acompanhamento. No entanto, em 2023, ela sofreu uma recidiva, e recebeu um novo diagnóstico da doença.

A cearense foi submetida a mais um tratamento com quimioterapia, com excelente resposta, e encaminhada para fazer um transplante de medula óssea (TMO) autólogo – feito com as células-tronco dela mesma – em 22 de setembro.

“Com a intenção de aumentar a taxa de sucesso de cura, foi oferecida a ela a proposta do transplante de medula óssea autólogo”, explica a onco-hematologista Andresa Melo, do Hospital Brasília Unidade Águas Claras, da rede Dasa. A médica foi a responsável pelo tratamento e transplante de dona Antônia.

Segundo Andresa, pacientes com idade avançada correm maior risco de fazer o transplante, especialmente por complicações relacionadas à alta toxicidade da quimioterapia realizada na fase pré-TMO. Nessa etapa, a terapia tem a finalidade de destruir todas as células imunes para o recebimento de uma nova medula óssea, evitando complicações relacionadas à infecção.

“Foi bem desafiador para a equipe, mas o resultado foi muito bacana e trouxe muita motivação”, lembra a médica. Os médicos perceberam uma resposta completa, com a confirmação da “pega da medula”, a recuperação da medula enxertada, com a sua função normalizada.

Recuperação

A saúde de Antônia será avaliada com exames complementares a cada três meses ao longo dos próximos dois anos. Depois, o acompanhamento é semestral até completar cinco anos. “Caso ela permaneça em resposta completa, nós podemos finalmente chamar esse resultado de cura”, afirma a médica.

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