Lembra aquele conselho médico de tomar uma aspirina por dia? Mudou
Pessoas com mais de 50 anos que não sofrem de problemas no coração podem abandonar o hábito, pois novas evidências questionam sua utilidade
atualizado
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Por muito tempo, entidades americanas recomendaram o consumo diário de uma aspirina para os maiores de 50 anos, com o intuito de prevenir doenças cardiovasculares. A estimativa é que 40% dos americanos nessa faixa etária utilizam o medicamento com esse objetivo. No entanto, recentemente, a American College of Cardiology e a American Heart Association divulgaram nova diretriz, desaconselhando a ingestão contínua do medicamento para pessoas saudáveis.
A recomendação afirma que “a aspirina deve ser usada com infrequência na prevenção primária de rotina de doenças cardiovasculares ateroscleróticas, devido à falta de evidências”. Ou seja, se você está dentro da faixa etária indicada e não tem problemas no coração, pode esquecer a aspirina.
A mudança de posição das entidades médicas foi baseada em estudos de 2018 publicados no The New England Journal of Medicine. Uma das pesquisas analisou 19 mil pessoas com mais de 65 anos, de diversas etnias. A conclusão foi que o uso contínuo do medicamento poderia, inclusive, aumentar o risco de algumas doenças, como o câncer.
Bateu-se o martelo que, para idosos com baixo risco – ou seja, sem histórico prévio de ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral –, os perigos associados ao consumo diário da aspirina, entre eles os sangramentos gastrointestinais, superam qualquer benefício.
A atual diretriz da American College of Cardiology e American Heart Association reforça que a melhor maneira de prevenir doenças cardiovasculares é manter uma alimentação saudável e prática regular de exercícios com duração de pelo menos 20 minutos por dia.