Lecanemab: novo remédio para Alzheimer mostra resultados promissores
O uso do lecanemab levou à redução de 27% da taxa de declínio cognitivo de pacientes com Alzheimer em estágio inicial
atualizado
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Um novo medicamento experimental para Alzheimer, desenvolvido pela farmacêutica japonesa Eisa em parceria com a americana Biogen, foi capaz de reduzir o declínio cognitivo de pacientes da doença em estágio inicial, segundo mostram informações divulgados na terça-feira (29/11) no New England Journal of Medicine.
O medicamento, chamado lecanemab, é um anticorpo monoclonal projetado para remover os depósitos da proteína beta-amilóide do cérebro, uma das possíveis causas da doença.
O estudo de 18 meses contou com 1.795 voluntários com Alzheimer em estágio inicial, recrutados em 235 centros de pesquisa da América do Norte, Europa e Ásia. Eles foram separados em dois grupos, parte recebeu uma dosagem de 10 mg por kg a cada duas semanas, de forma injetável. Os demais, um placebo.
Houve uma redução de 27% da taxa de declínio cognitivo em uma escala de demência clínica (CDR-SB) entre os pacientes medicados com o lecanemab em comparação com o grupo controle.
Ao final do estudo, 68% dos participantes tratados com a medicação apresentaram redução nas placas de amiloide. O lecanemab também diminui os níveis da proteína tau, que forma emaranhados tóxicos dentro das células cerebrais.
Alguns pacientes com risco de desenvolver a doença não apresentaram melhorias em relação à taxa de declínio cognitivo na escala de demência clínica (CDR-SB) com o uso do lecanemab. No entanto, eles demonstraram melhorias em outras medidas de cognição e função diária.
“Acredito que é um benefício importante que justificará a aprovação total. Mas é claro que queremos um benefício maior”, disse o diretor do Instituto de Pesquisa Terapêutica de Alzheimer da Universidade do Sul da Califórnia, Paul Aisen, que é um dos autores do estudo.
Em entrevista à Reuters, Aisen afirmou que o lecanemab oferece maiores benefícios se administrado na fase inicial da doença, antes que os pacientes acumulem danos irreversíveis suficientes para causar os sintomas.
Especialistas acreditam que o medicamento pode trazer mudanças significativas para o curso da doença neurodegenerativa progressiva que se manifesta pela deterioração cognitiva e da memória. O Alzheimer é a forma mais comum de demência neurodegenerativa entre os idosos, responsável por mais de metade dos casos de demência nessa população.
Efeitos colaterais
O uso do lecanemab foi associada a alguns efeitos colaterais importantes, como o inchaço do cérebro de aproximadamente 13% dos pacientes. Exames de imagem mostraram que alguns pacientes apresentaram sangramentos no cérebro – cinco deles sofreram macro-hemorragias e 14% micro-hemorragias. (Com informações da agência Reuters)
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