Lavanda melhora os sintomas da menopausa, aponta estudo brasileiro
Médicos descobriram que o uso de óleos essenciais de lavanda associado à higiene do sono amenizam sintomas da menopausa
atualizado
Compartilhar notícia
O fim do período reprodutivo traz um turbilhão de mudanças na vida das mulheres, que enfrentam sintomas físicos e psíquicos. Distúrbios do sono, por exemplo, podem causar impactos diretos na qualidade de vidas delas após a menopausa.
Na fase pós-menopausa, que ocorre 12 meses após o último ciclo menstrual, seis em cada dez mulheres reclamam de insônia e má qualidade de sono, sintomas que podem gerar quadros de depressão e ansiedade. A queda da produção de hormônios também pode levar a ondas de calor, suores noturnos e secura vaginal.
Um estudo brasileiro apresentado no Congresso Americano de Medicina do Sono, em Indianápolis (EUA), na última terça-feira (6/6), traz evidências de que a aromaterapia com óleo essencial de lavanda associada a técnicas de higiene do sono contribui para melhorar a qualidade de vida das mulheres no período da menopausa.
De acordo com a autora do estudo, a médica Helena Hachul, do Instituto do Sono, os elementos que formam a estrutura química do óleo essencial de Lavandula angustifolia têm efeitos hipnóticos e ansiolíticos.
“A inalação de óleo essencial de lavanda aumenta a atividade das ondas alfa associadas ao eletroencefalograma e ao relaxamento”, diz a médica.
Ao mesmo tempo, a substância reduz a atividade das ondas beta, frequentes durante a vigília, sugerindo os benefícios da indicação para tratar distúrbios de sono, ansiedade e estresse.
Como o estudo foi realizado
O estudo foi feito com 32 mulheres no período pós-menopausa que se queixavam de insônia. Elas foram divididas em dois grupos: 17 inalaram óleo essencial de Lavandula angustifólia durante quatro semanas antes de dormir; as outras 15, do grupo placebo, inalaram óleo de girassol no mesmo período.
Todas aprenderam técnicas de higiene do sono para aplicar durante o dia, incluindo: definir um horário para dormir e acordar, não consumir bebidas estimulantes e alcoólicas até seis horas antes de dormir, dar preferência a alimentos leves no jantar, limitar a prática de exercícios físicos até quatro horas antes de dormir e ficar longe das telas como celulares, televisão e tablets uma hora antes de dormir.
Além disso, elas deveriam escrever um diário do sono, registrando suas percepções sobre a qualidade da noite, os sintomas da menopausa e enumerar por ordem de prioridade os motivos que as faziam despertar.
Resultados comprovados
Ao final das quatro semanas, os pesquisadores notaram que a higiene do sono contribuiu para que as participantes dos dois grupos dormissem melhor. Mas apenas as que inalaram o óleo essencial de lavanda disseram ter acordado melhor na primeira semana.
De acordo com os pesquisadores, apenas as pacientes do grupo lavanda apresentaram menos ondas de calor e sudorese noturna e menos episódios de depressão e ansiedade ao final da intervenção, sintomas apontados pelas mulheres como causadores dos despertares noturnos.
“É preciso abordar a saúde de maneira integrada e tratar a paciente como um todo. Neste ponto, a inalação de óleo essencial de lavanda mostrou ser, ao longo do tempo, capaz de melhorar o sono e a qualidade de vida das pacientes”, afirma helena.
Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.