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Lambda: o que se sabe sobre variante que causou morte no RS

Mutação do coronavírus foi identificada pela 1ª vez no Peru em agosto de 2020 e, de lá para cá, já foi registrada em 29 países

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As autoridades de saúde do Rio Grande do Sul confirmaram, nesta quinta-feira (17/6), a morte de um rapaz de 23 anos contaminado por uma mutação do coronavírus pouco comum no Brasil, a variante Lambda.

Na última terça-feira (15/6), a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que a Lambda é considerada uma variante “de interesse”. Nessa categoria, estão outras seis mutações do Sars-CoV-2 e a OMS orienta que, caso confirmada transmissão comunitária, elas sejam devidamente investigadas pela comunidade científica para medir seu impacto.

Até o momento, a mutação Lambda foi identificada em 29 países. O caso do jovem do RS representa o segundo registro da presença dela no Brasil. Um primeiro caso já havia sido identificado, em fevereiro deste ano, a partir de amostras recolhidas de um tripulante de um navio que ancorou na Bahia.

A Lambda foi identificada pela primeira vez no Peru, em agosto de 2020. Sua prevalência naquele país tem sido notória, sendo que 81% dos casos confirmados de Covid-19 desde abril de 2021 foram associados a ela, de acordo com as autoridades peruanas.

No Chile, a cepa foi detectada em 32% dos testes positivos que tiveram o genoma sequenciado nos últimos 60 dias. A mutação foi superada pela variante Gama (P1), que foi identificada pela primeira vez no Brasil. Outros países, como Argentina e Equador, também relataram prevalência elevada da variante Lambda.

Após monitoramento, a OMS concluiu que esta variante carrega uma série de mutações que podem ter implicações fenotípicas, como um possível “aumento da transmissibilidade” ou “resistência a anticorpos neutralizantes”.

Transmissibilidade
O médico em microbiologia molecular e coordenador do Laboratório de Genômica Microbiana do Peru, Pablo Tsukayama, está por trás das pesquisas que identificaram a nova linhagem do Sars-CoV-2. Em entrevista à BBC News Mundo (serviço de notícias em espanhol da BBC), ele afirmou que ainda há muitas questões a serem respondidas em relação à Lambda, mas que, possivelmente, essa variante tem uma transmissibilidade maior.

“Ela provavelmente é mais transmissível, porque é a única forma de explicar seu rápido crescimento. No Chile e no Peru, ela continua avançando fortemente, enquanto na província de Buenos Aires já representa mais de 40% dos casos”, afirma. “E o simples fato de serem mais transmissíveis se traduz em mais internações e mortes”, acrescenta.

Não foram relatados sintomas diferenciados para os casos positivos infectados com a mutação Lambda. Em relação às vacinas, Tsukayama afirma que ainda não há informações concretas se há perda de eficácia contra essa mutação.

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