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Laboratórios privados têm alta de testes positivos da Covid-19 em novembro

Redes particulares detectaram nesta semana um aumento na procura por exames RT-PCR para diagnóstico do novo coronavírus

atualizado

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Exames de coronavírus são realizados no Sesc da 504 Sul
1 de 1 Exames de coronavírus são realizados no Sesc da 504 Sul - Foto: Rafaela Felicciano/ Metrópoles

Grandes redes de laboratórios particulares detectaram nesta semana um aumento na procura por exames RT-PCR para diagnóstico do novo coronavírus. A porcentagem de resultados positivos para a doença também tem crescido, o que pode reforçar o cenário de novo recrudescimento da Covid-19 após meses de estabilização e queda nos dados.

Dados divulgados na sexta-feira (13/11) pela Dasa, empresa que tem 40 redes de laboratórios, com cerca de 800 unidades no país, confirmam esse crescimento nos casos. Laboratórios como Delboni Auriemo, Salomão Zoppi e Lavoisier, em São Paulo, Sérgio Franco e CDPI, no Rio, e Exame, no Distrito Federal, são algumas das marcas da Dasa. O grupo disse ter notado aumento dos 8 mil exames RT-PCR diários do fim de outubro para 12 mil ao longo desta semana, alta de 50%.

No fim de outubro, a média de exames que retornavam positivos era de 20%. Em novembro, do dia 1º ao dia 12, a porcentagem passou para 26%, e foi de 29% se forem considerados somente os dados do último dia 12/11. “Notamos um aumento significativo na procura. Acompanhamos isso dia a dia e o crescimento tem sido bastante relevante”, disse o diretor médico da Dasa, Gustavo Campana.

Campana relata que a maior taxa de positividade notada na rede foi de 40% nos meses de abril e maio, no auge da pandemia. Na ocasião, no entanto, havia uma limitação de insumos e a recomendação era de priorizar os pacientes que estavam em ambiente hospitalar. Os casos começaram a cair depois de junho e ele disse que os números de agosto, setembro e outubro formaram um “vale” na comparação da curva com os meses anteriores. O cenário mudou no início de novembro.

A rede tem como característica atendimento aos planos de saúde e aos hospitais privados, além da demanda de outros laboratórios. Nas unidades do Grupo Fleury, o número de exames RT-PCR realizados nesta semana aumentou 30% em comparação com o volume de 15 dias atrás e o índice de testes com resultado positivo para covid-19 dobrou no mesmo período, passando de 8% para 15%.

A empresa faz cerca de 4 mil exames do tipo por dia, 80% deles em unidades da capital paulista, e é responsável pela análise das amostras de pacientes de vários hospitais privados da capital, como Sírio-Libanês, Oswaldo Cruz e as unidades da Rede D’Or São Luiz.

“No auge da pandemia na cidade, em junho, o índice de positividade dos exames feitos chegou a 30% e depois começou a cair, chegando ao seu nível mais baixo no final de outubro, quando estava em 8%. Depois, começou a subir novamente”, conta o infectologista Celso Granato, diretor médico do Fleury.

“Isso só mostra que a gente não pode baixar a guarda porque o número de infecções parece estar subindo novamente. Veja o exemplo da Itália e de outros países europeus, que os casos estavam muito mais baixos e mesmo assim estão tendo segunda onda No nosso caso, que sempre estivemos com patamares altos de casos, esse risco é maior ainda”, destacou. Países europeus, como a França, tiveram de adotar novamente restrição de circulação para frear o novo avanço do vírus.

Segunda onda?
Marcelo Gomes, pesquisador em Saúde Pública da Fiocruz e Coordenador do Sistema InfoGripe, fala que ainda não é possível afirmar que o país está em uma segunda onda de Covid-19, mas já se observa uma retomada do crescimento de casos em algumas capitais. “Olhamos para casos graves, em particular, o que permite fazer um acompanhamento ao longo do tempo mais preciso.

Observamos que diversos locais estão já com uma retomada no crescimento de novos casos semanais. Se isso já é uma segunda onda ou não, é até secundário. Porque estar com uma retomada do crescimento por si só já é preocupante e necessita avaliação das atuações locais”, disse.

Ele disse que até a última semana de outubro o boletim Infogripe mostrava sinais moderados ou fortes de retomada de crescimento de casos em nove capitais: Florianópolis (SC), João Pessoa (PB), Maceió (AL), Belém (PA), Fortaleza (CE), Macapá (AP), Natal (RN), Salvador (BA) e São Luís (MA). Em outros locais, como São Paulo e Porto Alegre, foi observada interrupção da queda de casos.

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