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Júlio Croda: “Imunidade coletiva agora só com mais de 90% vacinados”

Com Ômicron, mais de 90% da população total precisa estar vacinada para que a imunidade coletiva seja alcançada

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A agência reforça a importância das medidas preventivas
1 de 1 A agência reforça a importância das medidas preventivas - Foto: Gustavo Moreno/Especial para o Metrópoles

Logo no início da pandemia, uma meta passou a frequentar o imaginário dos brasileiros. Ela correspondia a 70% da população vacinada contra a Covid-19, o que nos garantiria a imunidade coletiva, conhecida popularmente como “imunidade de rebanho”.

Nesta sexta-feira (31/12), de acordo com dados do Ministério da Saúde, o Brasil chegou a 67,5% da população vacinada com ao menos duas doses de imunizantes contra a Covid-19. No entanto, o surgimento de novas variantes se sobrepôs à previsão e acabou empurrando a meta de imunidade coletiva mais para cima.

O médico infectologista e pesquisador da Fiocruz Júlio Croda estima que, após Gama, Delta e Ômicron, a imunidade coletiva só será atingida depois que 90% da população total estiver com o esquema vacinal completo. Segundo ele, que dá aulas na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), o patamar subiu conforme as variantes foram se tornando mais transmissíveis.

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Isso porque a alteração apresenta cerca de 50 mutações, mais do que as outras variantes identificadas até o momento
Segundo a OMS, a Ômicron é mais resistente às vacinas disponíveis no mundo contra as demais variantes e se espalha mais rápido
Dores no corpo, na cabeça, fadiga, suores noturnos, sensação de garganta arranhando e elevação na frequência cardíaca em crianças são alguns dos sintomas identificados por pesquisadores em pessoas infectadas
Em relação à virulência da Ômicron, os dados são limitados, mas sugerem que ela pode ser menos severa que a Delta, por exemplo
O surgimento da variante também é uma incógnita para cientistas. Por isso, pesquisadores consideram três teorias para o desenvolvimento do vírus
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Detectada pela primeira vez na África do Sul, a variante Ômicron foi classificada pela OMS como de preocupação

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Isso porque a alteração apresenta cerca de 50 mutações, mais do que as outras variantes identificadas até o momento

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Segundo a OMS, a Ômicron é mais resistente às vacinas disponíveis no mundo contra as demais variantes e se espalha mais rápido

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Dores no corpo, na cabeça, fadiga, suores noturnos, sensação de garganta arranhando e elevação na frequência cardíaca em crianças são alguns dos sintomas identificados por pesquisadores em pessoas infectadas

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Em relação à virulência da Ômicron, os dados são limitados, mas sugerem que ela pode ser menos severa que a Delta, por exemplo

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O surgimento da variante também é uma incógnita para cientistas. Por isso, pesquisadores consideram três teorias para o desenvolvimento do vírus

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A primeira é que a variante tenha começado o desenvolvimento em meados de 2020, em uma população pouco testada, e só agora acumulou mutações suficientes para se tornar mais transmissível

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A segunda é que surgimento da Ômicron pode estar ligado ao HIV não tratado. A terceira, e menos provável, é que o coronavírus teria infectado um animal, se desenvolvido nele e voltado a contaminar um humano

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De qualquer forma, o sequenciamento genético mostra que a Ômicron não se desenvolveu a partir de nenhuma das variantes mais comuns, já que a nova cepa não tem mutações semelhantes à Alfa, Beta, Gama ou Delta

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Com medo de uma nova onda, países têm aumentado as restrições para conter o avanço da nova variante

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De acordo com documento da OMS, a Ômicron está em circulação em 110 países. Na África do Sul, ela vem se disseminando de maneira mais rápida do que a variante Delta, cuja circulação no país é baixa

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Mesmo em países onde o número de pessoas vacinadas é alto, como no Reino Unido, a nova mutação vem ganhando espaço rapidamente

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No Brasil, 32 casos foram registrados, segundo balanço divulgado no fim de dezembro pelo Ministério da Saúde

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Por conta da capacidade de disseminação da variante, a OMS orienta que pessoas se vacinem com todas as doses necessárias, utilizem corretamente máscaras de proteção e mantenham as mãos higienizadas

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A entidade ressalta ainda a importância de evitar aglomerações e recomenda que se prefiram ambientes bem ventilados

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Antes, a gente falava de 70%. Com a Delta, a gente passou a falar em 80%. Já com a Ômicron, só acima de 90%. Então, se torna cada vez mais difícil a gente atingir a imunidade de rebanho. O que a gente vai conseguir é mitigar os efeitos da doença, principalmente com uma boa imunização dos grupos mais vulneráveis”, afirma o infectologista.

Importância da vacinação

A imunidade coletiva é formada pelos indivíduos protegidos pela vacinação ou pelos que tiveram infecção prévia e funciona como uma espécie barreira natural para que o vírus não se alastre. A vacinação, entretanto, é um modo mais efetivo de atingir a imunidade coletiva porque não está associada a nenhuma morte.

“A imunidade coletiva através da infecção prévia tem um risco. Por exemplo, o surgimento de novas variantes e o escape de resposta imune”, afirma o médico. O especialista comenta que em certo momento da primeira onda, quando se pensou que a imunidade tinha sido atingida, a variante Gama mostrou um “escape de resposta imune” e conseguiu reinfectar pessoas que já tinham ficado doentes.

“Agora, com a Ômicron acontece a mesma coisa. Você tem muito escape de resposta imune e você tem infecções mais leves em pessoas previamente infectadas. Então, a maneira ideal de a gente atingir a imunidade de rebanho é através da vacinação e das doses de reforço”, diz o médico.

Imunização de crianças

Para o especialista, a imunização de adolescente e crianças é muito importante para interromper a circulação do vírus. A aplicação da vacina da Pfizer contra a Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no dia 16 de dezembro. O Ministério da Saúde prevê, entretanto, que a aplicação seja iniciada apenas em janeiro de 2022.

“A gente sabe que mais de 75% da população já recebeu a primeira dose. Se a gente ampliar a vacinação para crianças de onze a cinco anos, ampliamos também o número de pessoas elegíveis para tomar vacina. Então, vai ser mais fácil chegar nesses 90%”, explica o infectologista

De acordo com Júlio Croda, não temos como prever quando a imunidade coletiva será alcançada no Brasil. “A taxa depende muito da adesão da população, que está boa até o momento”, afirma.

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