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Jovens brasileiros desconhecem sintomas e tratamentos para depressão

Pesquisa feita em seis cidades, entre elas o DF, mostra que adolescentes e adultos até 24 anos estão despreparados para lidar com a doença

atualizado

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São Paulo – Embora atinja 5,8% da população brasileira, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão ainda é uma doença envolta em mitos e tabus. O levantamento Na Direção da Vida – Depressão sem Tabu, feito pelo Ibope Conecta em parceria com a Upjohn (divisão focada em doenças crônicas não transmissíveis da Pfizer), mostrou que a falta de conhecimento à respeito da doença está presente especialmente entre os jovens de 13 a 24 anos. A pesquisa teve apoio da Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (Abrata) e do Centro de Valorização da Vida (CVV).

O trabalho foi feito com 2 mil pessoas a partir dos 13 anos de idade nascidas no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo, Distrito Federal e Fortaleza. Os pesquisadores descobriram que, quanto mais jovens, maiores as chances de desconhecer as causas, os sintomas e os tratamentos da depressão. Cerca de 23% dos entrevistados de 13 a 17 anos, por exemplo, acredita que a doença não apresenta sintomas físicos por ser “apenas um momento de tristeza”, e não uma doença de fato.

Na faixa etária entre 18 e 24 anos, o desconhecimento sobre depressão também foi consideravelmente acentuado. Mais de um a cada quatro entrevistados dessa faixa etária classifica a depressão como sendo uma “doença da alma” e não uma enfermidade com sintomas físicos e psíquicos. Ao mesmo tempo em que 71% deles reconhece que o problema tem tratamento, 29% não acredita que a depressão seja uma doença como qualquer outra, que pode ser tratada. Para efeito de comparação, apenas 15% dos entrevistados com 55 anos ou mais também acredita que a depressão só tem a ver com sentimentos e somente 18% deles acha que o problema não é a doença.

Quanto menos informação, maior a vergonha de falar sobre o tema. Cerca de 39% dos entrevistados de 13 a 17 anos disseram que não se sentem à vontade para conversar com a família caso fossem diagnosticados com depressão, contra apenas 11% das pessoas com 55 anos ou mais. Se os jovens não estão dispostos a dividir o diagnóstico nem com a família, na escola ou no trabalho então, nem pensar. Quase metade dos entrevistados de 13 a 17 anos (49% do total), disse que não abordaria o assunto na escola. Entre as pessoas de 18 a 24 anos, esse percentual foi de 56%. A percepção de que os colegas não levam à sério a depressão é o principal motivo para que os jovens de 18 a 24 anos tenham resistência a falar sobre o assunto entre seus pares.

A falta de conhecimento sobre o tratamento também ficou clara na pesquisa. Cerca de 12% dos entrevistados de 13 a 17 anos afirmou que não iriam ao psiquiatra nem mesmo se recebesse o encaminhamento de um outro médico. Destes, 70% disse preferir “tentar outros tipos de apoio”, como conversar sobre o assunto com amigos.

Os mais jovens também não sabem bem como os medicamentos para a depressão funcionam, o que pode causar uma recusa no uso dos remédios. Entre adolescentes de 13 a 17 anos, 34% não tomaria antidepressivos mesmo que um médico os prescrevesse. Cerca de 23% dos entrevistados de 18 a 24 anos teria a mesma atitude. Grande parte dos entrevistados de 13 a 17 anos não está nem convencido da eficácia dos medicamentos: metade deles disse não saber se antidepressivos realmente funcionam.

De acordo com a neurologista e diretora médica da Pfizer Brasil, Márjori Dulcine, verificar o quanto existe de desconhecimento e vergonha sobre a depressão entre os jovens brasileiros é preocupante e pode ter repercussões perigosas. “A doença representa um dos diagnósticos mais frequentes entre as pessoas que tiram a própria vida”, justifica. “Temos visto, nos últimos anos, que as taxas de suicídio estão aumentando justamente entre a população mais jovem“.

A repórter viajou a convite da Pfizer. 

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