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“Acreditava ser invencível”, conta jovem que sofreu AVC aos 27 anos

Um ano após sofrer um acidente vascular cerebral, o comunicador Pedro Myguel atribui o estresse e a sobrecarga de trabalho ao AVC tão jovem

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Foto de rapaz sentado em maca com mão no rosto - Metrópoles
1 de 1 Foto de rapaz sentado em maca com mão no rosto - Metrópoles - Foto: Arquivo pessoal/ Imagem cedida ao Metrópoles

Ter uma caligrafia bonita sempre foi motivo de orgulho para o comunicador Pedro Myguel, 28 anos. Há pouco mais de um ano, no entanto, o carioca evita pegar em um lápis por medo de ter perdido a habilidade da escrita.

Pedro sofreu um acidente vascular cerebral em março de 2023, aos 27 anos. O AVC atingiu o lado esquerdo do cérebro do rapaz, comprometendo momentaneamente o movimento do lado direito de seu corpo.

“Fiquei igual a um Tiranossauro-rex no início, com o braço recolhido e a mão na altura do coração”, lembra com bom humor. “Um ano depois, não tenho sequelas, mas ainda não enfrentei a escrita. Sempre me orgulhei muito da minha caligrafia e quando percebi que não podia mais fazer, não quis voltar”, afirma.

Pedro acredita que a rotina estressante tenha sido a causa do AVC, que aconteceu um mês depois de ele ter pedido demissão por estar sobrecarregado no trabalho.

“Eu achava que era invencível, mas o AVC me mostrou que sou humano. Posso ser frágil e posso pedir ajuda”, considera.

Acidente vascular cerebral (AVC)

O AVC acontece quando os vasos que levam sangue para o cérebro entopem ou se rompem, provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem a circulação sanguínea.

A condição é uma das principais causas de morte no mundo. Por isso, quanto mais rápido for o diagnóstico e o tratamento, maiores serão as chances de recuperação completa.

Pedro demorou cinco dias para entender que algo estava errado e ser levado para o hospital. O primeiro sinal veio em uma quinta-feira, quando acordou se sentindo estranho, com dificuldade para se locomover.

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O jovem reconhece que o estilo de vida estressante contribuiu para o AVC aos 27 anos
O rapaz segue fazendo fisioterapia para melhorar o movimento do lado direito
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Pedro passou um mês internado no hospital

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O jovem reconhece que o estilo de vida estressante contribuiu para o AVC aos 27 anos

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O rapaz segue fazendo fisioterapia para melhorar o movimento do lado direito

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“Não me lembro de muita coisa. Parece que esses dias foram, na verdade, um sonho que eu tive. Recordo de acordar e sentir que não estava bem, tinha dificuldade para andar e para fazer as coisas, mas não conseguia saber o motivo e voltava para a cama”, conta.

Depois de participar de uma reunião virtual, em que não abriu a câmera ou o microfone, o jovem carioca recebeu uma ligação de um colega de trabalho que percebeu que algo estava errado. Ao telefone, Pedro não conseguia responder corretamente e falava enrolado. Foi o sinal para chamar ajuda.

O comunicador passou um mês internado no hospital. Um ano depois do AVC, ele segue fazendo fisioterapia para melhorar o movimento do lado direito do corpo, fonoaudiologia e acompanhamento psicológico.

AVC em jovens

O acidente vascular cerebral é frequentemente associado aos idosos, que acabam acumulando fatores de risco cardiovasculares, como pressão alta, diabetes tipo 2 e colesterol alto.

No entanto, ele também pode acontecer em pessoas jovens, alerta a neurologista e neurofisiologista clínica Thaís Augusta Martins, membro da Sociedade Brasileira de Neurofisiologia Clínica (SBNC).

“Existem outras causas de AVC, como doenças reumatológicas e malformações vasculares, que podem ser encontradas em pacientes mais jovens”, afirma Thaís.

Entre eles, estão o sedentarismo, sobrepeso, obesidade, tabagismo, uso excessivo de álcool, histórico familiar de trombose, uso de anticoncepcionais orais, doenças reumatológicas e anemia falciforme, por exemplo.

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O acidente pode ocorrer por diversos motivos, como acúmulos de placas de gordura ou formação de um coágulo – que dão origem ao AVC isquêmico –, sangramento por pressão alta e até ruptura de um aneurisma – causando o AVC hemorrágico
Muitos sintomas são comuns aos acidentes vasculares isquêmicos e hemorrágicos, como: dor de cabeça muito forte, fraqueza ou dormência em alguma parte do corpo, paralisia e perda súbita da fala
O derrame cerebral não tem cura, entretanto, pode ser prevenido em grande parte dos casos. Quando isso acontece, é possível investir em tratamentos para melhora do quadro e em reabilitação para diminuir o risco de sequelas
Na maioria das vezes, acontece em pessoas acima dos 50 anos, entretanto, também é possível acometer jovens. A doença pode acontecer devido a cinco principais causas
Tabagismo e má alimentação: é importante adotar uma dieta mais saudável, rica em vegetais, frutas e carne magra, além de praticar atividade física pelo menos 3 vezes na semana e não fumar
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O acidente vascular cerebral, também conhecido como AVC ou derrame cerebral, é a interrupção do fluxo de sangue para alguma região do cérebro

Agência Brasil
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O acidente pode ocorrer por diversos motivos, como acúmulos de placas de gordura ou formação de um coágulo – que dão origem ao AVC isquêmico –, sangramento por pressão alta e até ruptura de um aneurisma – causando o AVC hemorrágico

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Muitos sintomas são comuns aos acidentes vasculares isquêmicos e hemorrágicos, como: dor de cabeça muito forte, fraqueza ou dormência em alguma parte do corpo, paralisia e perda súbita da fala

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O derrame cerebral não tem cura, entretanto, pode ser prevenido em grande parte dos casos. Quando isso acontece, é possível investir em tratamentos para melhora do quadro e em reabilitação para diminuir o risco de sequelas

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Na maioria das vezes, acontece em pessoas acima dos 50 anos, entretanto, também é possível acometer jovens. A doença pode acontecer devido a cinco principais causas

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Tabagismo e má alimentação: é importante adotar uma dieta mais saudável, rica em vegetais, frutas e carne magra, além de praticar atividade física pelo menos 3 vezes na semana e não fumar

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Pressão alta, colesterol e diabetes: deve-se controlar adequadamente essas doenças, além de adotar hábitos de vida saudáveis para diminuir seus efeitos negativos sobre o corpo, uma vez que podem desencadear o AVC

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Defeitos no coração ou vasos sanguíneos: essas alterações podem ser detectadas em consultas de rotina e, caso sejam identificadas, devem ser acompanhadas. Em algumas pessoas, pode ser necessário o uso de medicamentos, como anticoagulantes

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Drogas ilícitas: o recomendado é buscar ajuda de um centro especializado em drogas para que se possa fazer o processo de desintoxicação e, assim, melhorar a qualidade de vida do paciente, diminuindo as chances de AVC

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Aumento da coagulação do sangue: doenças como o lúpus, anemia falciforme ou trombofilias; doenças que inflamam os vasos sanguíneos, como vasculites; ou espasmos cerebrais, que impedem o fluxo de sangue, devem ser investigados

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No caso de Pedro, os médicos acreditam que o estresse tenha levado à condição. O AVC aconteceu apenas um mês depois dele ter pedido demissão do emprego. “Não tenho nenhum fator de risco, todos os exames deram normais na recuperação. Por isso os médicos acham que o AVC foi causado pelo estresse”, conta o comunicador.

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