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Um ano e meio após AVC, jovem para de usar fraldas e entra no crossfit

Larissa Martins sofreu um AVC isquêmico aos 20 anos. A jovem de Caieiras (SP) teve o lado esquerdo do corpo comprometido por meses

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Larissa Martins/ Imagem cedida ao Metrópoles
Duas fotos: na primeira, mulher sentada com bengala, na segunda, em academia - Metrópoles
1 de 1 Duas fotos: na primeira, mulher sentada com bengala, na segunda, em academia - Metrópoles - Foto: Larissa Martins/ Imagem cedida ao Metrópoles

Com apenas 20 anos, a paulistana Larissa Martins passou por um susto inimaginável para uma pessoa jovem. Apesar de ser mais comum em idosos, a auxiliar de produção de Caieiras, em São Paulo, sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) grave quando chegou em casa do trabalho.

O episódio aconteceu há dois anos, enquanto ela se preparava para tomar banho. A primeira lembrança de Larissa pós AVC é de acordar no hospital, três dias depois.

“Caí de forma muito brusca no chão do banheiro. Ali eu já tinha perdido todos os movimentos do lado esquerdo do corpo. Fiquei sem consciência, não enxergava mais, não conseguia falar e não me mexia”, conta.

Quando acordou no hospital, a jovem paulistana não se lembrava dos nomes das pessoas ou o que tinha ocorrido. “Me falaram que tive um AVC. Eu não sabia o que era isso, mas quando percebi que não conseguia mexer o lado esquerdo, me dei conta de que tinha acontecido algo muito grave comigo”, lembra.

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Ela começou a fazer pilates, crossfit e musculação um ano e meio após o AVC
Os exercícios físicos já fazem parte da rotina da jovem de Caieiras
Hoje, Larissa compartilha sua experiência com o AVC nas redes sociais
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Larissa Martins sofreu um AVC aos 20 anos

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Ela começou a fazer pilates, crossfit e musculação um ano e meio após o AVC

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Os exercícios físicos já fazem parte da rotina da jovem de Caieiras

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Hoje, Larissa compartilha sua experiência com o AVC nas redes sociais

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Larissa sofreu um AVC isquêmico, que afetou o lado esquerdo do cérebro. Este é o tipo mais comum de AVC – que também pode ser hemorrágico – e é responsável por 85% de todos os casos. Ele ocorre quando há obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio para as células cerebrais, que acabam morrendo.

No caso de Larissa, o AVC foi causado por uma malformação congênita no coração: um buraquinho de 12 mm possibilitou a passagem de um coágulo para o cérebro, impedindo a oxigenação correta do órgão.

“Quando o paciente tem o AVC tão jovem, normalmente é porque ele tem alguma doença de base”, afirma o neurocirurgião Victor Hugo Espíndola, especialista em doenças cerebrovasculares. Os casos mais comuns são de doença cardíaca, reumatológica ou algum problema com o sangue.

Em pacientes mais velhos, o AVC é frequentemente relacionado a fatores de risco bem conhecidos, como hipertensão arterial, diabetes tipo 2, colesterol alto, sobrepeso e obesidade, tabagismo, uso excessivo de álcool, sedentarismo, histórico familiar e ser do sexo masculino.

Segundo o médico, a gravidade do AVC depende da área do cérebro afetada e da quantidade de tecido cerebral acometido. “Pacientes que sofrem AVC podem ter desde sintomas leves até mais graves. Quanto mais cérebro é acometido, maior a chance de ser um quadro complicado”, esclarece.

O socorro imediato, com tratamento, é fundamental para minimizar as consequências do derrame. “O AVC tem um tempo para ser tratado. Passada essa janela, a gente não tem mais possibilidades e o paciente vai ficar com sequelas”, explica o médico.

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O acidente pode ocorrer por diversos motivos, como acúmulos de placas de gordura ou formação de um coágulo – que dão origem ao AVC isquêmico –, sangramento por pressão alta e até ruptura de um aneurisma – causando o AVC hemorrágico
Muitos sintomas são comuns aos acidentes vasculares isquêmicos e hemorrágicos, como: dor de cabeça muito forte, fraqueza ou dormência em alguma parte do corpo, paralisia e perda súbita da fala
O derrame cerebral não tem cura, entretanto, pode ser prevenido em grande parte dos casos. Quando isso acontece, é possível investir em tratamentos para melhora do quadro e em reabilitação para diminuir o risco de sequelas
Na maioria das vezes, acontece em pessoas acima dos 50 anos, entretanto, também é possível acometer jovens. A doença pode acontecer devido a cinco principais causas
Tabagismo e má alimentação: é importante adotar uma dieta mais saudável, rica em vegetais, frutas e carne magra, além de praticar atividade física pelo menos 3 vezes na semana e não fumar
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O acidente vascular cerebral, também conhecido como AVC ou derrame cerebral, é a interrupção do fluxo de sangue para alguma região do cérebro

Agência Brasil
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O acidente pode ocorrer por diversos motivos, como acúmulos de placas de gordura ou formação de um coágulo – que dão origem ao AVC isquêmico –, sangramento por pressão alta e até ruptura de um aneurisma – causando o AVC hemorrágico

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Muitos sintomas são comuns aos acidentes vasculares isquêmicos e hemorrágicos, como: dor de cabeça muito forte, fraqueza ou dormência em alguma parte do corpo, paralisia e perda súbita da fala

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O derrame cerebral não tem cura, entretanto, pode ser prevenido em grande parte dos casos. Quando isso acontece, é possível investir em tratamentos para melhora do quadro e em reabilitação para diminuir o risco de sequelas

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Na maioria das vezes, acontece em pessoas acima dos 50 anos, entretanto, também é possível acometer jovens. A doença pode acontecer devido a cinco principais causas

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Tabagismo e má alimentação: é importante adotar uma dieta mais saudável, rica em vegetais, frutas e carne magra, além de praticar atividade física pelo menos 3 vezes na semana e não fumar

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Pressão alta, colesterol e diabetes: deve-se controlar adequadamente essas doenças, além de adotar hábitos de vida saudáveis para diminuir seus efeitos negativos sobre o corpo, uma vez que podem desencadear o AVC

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Defeitos no coração ou vasos sanguíneos: essas alterações podem ser detectadas em consultas de rotina e, caso sejam identificadas, devem ser acompanhadas. Em algumas pessoas, pode ser necessário o uso de medicamentos, como anticoagulantes

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Drogas ilícitas: o recomendado é buscar ajuda de um centro especializado em drogas para que se possa fazer o processo de desintoxicação e, assim, melhorar a qualidade de vida do paciente, diminuindo as chances de AVC

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Aumento da coagulação do sangue: doenças como o lúpus, anemia falciforme ou trombofilias; doenças que inflamam os vasos sanguíneos, como vasculites; ou espasmos cerebrais, que impedem o fluxo de sangue, devem ser investigados

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Recuperação do AVC

Larissa passou 12 dias no hospital até ter alta. Foi só ao chegar em casa que ela teve a real dimensão da gravidade do AVC — sem conseguir mexer o lado esquerdo do corpo, a jovem precisou voltar a usar fraldas e ter auxílio da mãe para fazer tarefas básicas, como tomar banho e se alimentar.

A sensação de impotência levou Larissa a um quadro de depressão, diagnosticado no terceiro mês após o AVC. Ela lembra que o estalo para sair da condição veio quando enxergou o esforço da mãe.

“Um dia, depois de voltar da fisioterapia, minha mãe precisou trocar minha fralda e ela estava com dor nas costas. Ver aquilo me tocou muito. Entendi que não poderia dar esse trabalho para a minha mãe”, conta.

Larissa passou a se dedicar mais nas sessões de fisioterapia para voltar a andar e, ao completar seis meses desde o AVC, a jovem conseguiu caminhar com o auxílio de uma bengala e parou de usar fraldas.

Nos meses seguintes, ela conseguiu andar e se manter em pé sozinha. A evolução motivou Larissa a encarar novos desafios e, um ano e meio depois do acidente, ela se inscreveu na primeira aula de crossfit em um box onde os professores adaptaram os exercícios para a sua situação. “Me tornei uma crossfiteira”, diz.

As aulas diárias de crossfit se somaram à musculação e ao pilates em dias alternados. “A atividade física contribui demais com a minha recuperação. O crossfit me ajudou a não cansar tanto na perda de peso; o pilates me deu mais equilíbrio para pisar melhor com o pé sequelado; e a musculação me dá mais força”, detalha.

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